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Economia

IPCA desacelera e marca apenas 0,08%

“Chega uma hora em que os produtos sobem tanto, que não é mais possível subir”, disse.

O Mistério do Relógio na ParedeO Mistério do Relógio na Parede - Foto: Internet / Reprodução

 

Após meses em alta, a inflação desacelerou e marcou 0,08% em setembro, a menor taxa registrada neste mês desde 1998. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice foi puxado para baixo pela queda no preço de alimentos, transportes e artigos de residência. No Recife, porém, muitos produtos da cesta básica continuaram em alta. Por isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,38% na capital pernambucana.
“A inflação foi parar em 0,8% porque o grupo de alimentos, que tem o maior peso no orçamento das famílias brasileiras, registrou queda de 0,29%. Ficaram mais baratos produtos como batata inglesa, feijão-carioca e cenoura. O leite longa-vida, que vinha subindo desde o início do ano, também caiu”, revelou a gerente de pesquisa do IBGE Irene Maria Machado, contando que alguns desses produtos baixaram de preço por melhorias na safra. Também houve, contudo, reduções por conta do baixo consumo.

“Chega uma hora em que os produtos sobem tanto, que não é mais possível subir”, disse.
É por isso que, para especialistas, a inflação preocupa mesmo desacelerando. “O preço não está caindo porque a economia voltou a crescer ou por ampliação da oferta. A inflação está desacelerando porque não há consumo. É um reflexo da crise, por conta da redução da demanda proveniente do desemprego acelerado e da redução dos salários reais”, argumentou a economista e professora da Faculdade Boa Viagem (FBV) Amanda Aires.
A preocupação com a inflação é ainda maior no Recife, que apresentou uma taxa bem maior que a média nacional em setembro. Segundo o IBGE, a inflação continuou em alta na capital pernambucana devido aos grupos de alimentos e habitação. Ao contrário do que aconteceu no restante do País, os alimentos subiram 0,44% no Recife por conta de aumentos como o do tomate, que, sozinho, ficou 19,20% mais caro. A cidade ainda registrou a maior alta do botijão de gás de cozinha em setembro: 11,58%.

 

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