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DEBATE

''Já ultrapassou a seara de mero licenciamento ambiental'', diz Prates sobre Margem Equatorial

Presidente da Petrobras avalia que o Brasil corre o risco de voltar a depender da importação de petróleo em treze anos, caso não comece a explorar novas reservas

Jean Paul PratesJean Paul Prates - Foto: Pedro França / Agência Senado

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o debate sobre a possível exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, a faixa litorânea entre o Rio Grande do Norte e o Oiapoque, no Amapá, "ultrapassou a seara de um mero licenciamento ambiental”. A fala sucede declarações do Ministério do Meio Ambiente que propunham um teto para a exploração da bacia, ou exigiam medidas de mitigação de impacto mais rigorosas para a Petrobras.

O executivo avalia que o Brasil corre o risco de voltar a depender da importação de petróleo em treze anos, caso não comece a explorar novas reservas. O CEO da Petrobras participou, nesta segunda-feira, de uma mesa de conversa no Seminário Brasil Hoje, organizado pelo Esfera Brasil.

— É uma decisão de estado brasileiro, (que) já ultrapassou, por demais, a seara de um mero licenciamento ambiental, que é um processo complicado e respeitado. Respeitamos a ministra Marina e o Ibama, o tempo todo, jamais desprezando suas condicionantes e atendendo a todas elas, mas não se trata só disso. Todos os cenários indicam que os hidrocarbonetos vão estar presente na nossa Economia pelo menos por 40, 50 anos daqui pra frente — disse Prates.

Prates mencionou levantamento recente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre o tamanho das reservas brasileiras, que seriam equivalentes a 16 bilhões de barris de petróleo. Com o crescimento da produção e do consumo anualmente, essas reservas estão se esgotando, o que pode fazer com que o Brasil volte a depender do petróleo produzido em outros países em menos de duas décadas.

— Nós estamos produzindo mais e consumindo mais. Todo ano a Petrobras bate recorde de produção. Imaginando isso, vamos para treze, quatorze anos. Daqui a treze, quatorze anos, precisamos ainda de petróleo. O Estado tem duas opções: ou, agora, vai para novas fronteiras, Margem Equatorial ou Bacia de Pelotas. Você fura para achar esse petróleo e depois fazer o licenciamento das instalações de produção, e em oito anos, a contar de hoje, começa a produzir. Ou, se não, em oito anos a contar de hoje, eu me submeto à situação de gradualmente voltar a importar petróleo da Guiana, do oeste da África.

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