Economia

Juros para empresas e famílias sobem em abril, diz BC

Taxa para as famílias chegou a 50,3% e para as empresas, 22,4% ao ano

InflaçãoInflação - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

As taxas de juros do crédito para empresas e pessoas físicas subiram em abril, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central (BC).

A taxa média de juros para pessoas físicas e jurídicas subiu 0,8 ponto percentual em relação a março, para 50,3% ao ano e 22,4% ao ano, respectivamente.

O rotativo do cartão de crédito é a taxa mais alta para as pessoas físicas: subiu 4,9 pontos percentuais para 364% ao ano, em abril. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.

Na modalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, os juros chegaram a 175,1% ao ano em abril, com aumento de 3,4 pontos percentuais.

O cheque especial ficou com taxa média de 132,7% ao ano, alta de 4,9 pontos percentuais.

O crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) apresentou alta de 0,5 ponto percentual para 24,1% ao ano.

A única modalidade pesquisada pelo BC que registrou queda nos juros foi o crédito pessoal. A taxa chegou a 87% ao ano, com redução de 1 ponto percentual em relação a março.

Inadimplência

A inadimplência, considerados atrasos acima de 90 dias para pessoas físicas, subiu 0,1 ponto percentual, chegando a 5%. No caso das empresas, ficou estável em relação a março em 1,7%.

Todos os dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.

Crédito direcionado

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito), os juros para as pessoas físicas subiram 0,2 ponto percentual para 9,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 3,1 pontos percentuais para 14,6% ao ano.

A inadimplência no crédito direcionado ficou estável para empresas (1,1%) e pessoas físicas (1,5%).

Saldo dos empréstimos

O estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,8 trilhões em abril, com alta de 0,8% em relação a março e de 16,8% em 12 meses. Esse saldo do crédito correspondeu a 53,7% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB) – com redução de 0,2 ponto percentual em relação a março e alta de 1,1 ponto percentual, em 12 meses.

No relatório, o BC destaca que o saldo das operações de crédito com recursos livres às empresas totalizou R$ 1,3 trilhão em abril, com elevações de 1% no mês e de 16,8% em 12 meses. “Esse resultado evidenciou aceleração em relação ao ocorrido no mês anterior, quando assinalou alta de 15,7% na comparação interanual. Entre as principais modalidades de crédito que contribuíram para o desempenho do segmento de pessoas jurídicas no mês, destacaram-se as operações de adiantamento de contratos de câmbio (ACC), 8,3%, capital de giro com prazo superior a 365 dias, 1,8%, e os financiamentos à exportações, 1,8%”.

No caso do crédito livre às famílias, o saldo chegou a R$ 1,6 trilhão em abril, com aumento de 1,8% no mês e de 25,6% na comparação o mesmo período do ano anterior. “Por modalidades, destacou-se a expansão na carteira de crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do INSS, 5,2%, impulsionada pelo aumento recente da margem de consignação [de 35% para 40%]”, diz o BC.

A autarquia destaca ainda o aumento das “carteiras de crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público, 1,1%, crédito pessoal não consignado, 1,4%, e de cartão de crédito total, 2%”.

Veja também

Concurso Unificado: novas regras com proibição para candidatos saírem com provas e coleta de digital
Enem dos concursos

Concurso Unificado: novas regras com proibição para candidatos saírem com provas e coleta de digital

Conselho da Light aprova novo plano de recuperação judicial, com previsão de aumento de capital
negócios

Conselho da Light aprova novo plano de recuperação judicial, com previsão de aumento de capital

Newsletter