Economia

Justiça decreta falência da Laselva, e livraria fecha lojas

Livraria havia entrado com pedido de recuperação judicial em 2013, quando acumulava dívidas de R$ 120 milhões

Livraria LaselvaLivraria Laselva - Foto: Wikimedia Commons

A Justiça de São Paulo decretou a falência da livraria Laselva, rede com presença forte em aeroportos do país. A decisão do juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, foi publicada na última segunda (5). Na terça (6), foram fechadas as lojas dos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Recife e Fortaleza, últimas unidades declaradas pela Laselva.

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A livraria havia entrado com pedido de recuperação judicial em 2013, quando acumulava dívidas de R$ 120 milhões. Um ano depois a empresa demitiu 37 de seus cerca de 800 funcionários sem pagar direitos trabalhos trabalhos.

Em sua decisão, Sacramone diz que a empresa "já não havia cumprido duas parcelas vencidas do plano de recuperação judicial destinadas ao pagamento dos créditos quirografários [sem preferência]" e que, apesar ter demonstrado o pagamento de 18 credores, outros 630 não foram satisfeitos" e nem "sequer os credores trabalhistas foram integralmente satisfeitos".

O magistrado acrescenta que a Laselva tampouco apresentou informações necessárias para o relatório do administrador judicial. "Não há, assim, nenhuma nova demonstração de pagamento pela recuperanda, que descumpriu o plano de recuperação por ela próprio proposto e pelos credores aprovados."

Não há informações sobre o atual valor da dívida. Após a decisão ser publicada no "Diário Oficial", o que ainda não ocorreu, a livraria tem cinco dias para apresentar à Justiça a relação de credores. Procurados, os advogados da Laselva disseram que a empresa não comentará o caso.

70 anos
Fundada em 1947 por Onófrio Laselva, a empresa chegou a ter 83 lojas, algumas em endereços de luxo como o shopping Iguatemi e a Daslu, em São Paulo. A empresa já passara por algumas crises. Em 2010, venceu a licitação para 37 novos pontos em aeroportos, porém não conseguiu financiar a abertura de lojas e arcou com os custos de aluguel.

Cerca de dez anos atrás, negociou vender a empresa para fundos de investimento, mas a busca por um sócio investidor esbarrava na precariedade dos contratos com a Infraero.

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