Economia

Leilão de energia renovável deve manter forte concorrência

O leilão para contratar novas usinas de energia renovável será realizado nesta quarta-feira com uma expectativa de forte competição e preços baixos

O ano de 2020 será 'crucial' para as políticas de biocombustíveis ao redor do mundo O ano de 2020 será 'crucial' para as políticas de biocombustíveis ao redor do mundo  - Foto: Aluísio Moreira/SEI

O leilão para contratar novas usinas de energia renovável será realizado nesta quarta-feira (4) com uma expectativa de forte competição e preços baixos, tal como as concorrências realizadas no fim de 2017. Serão contratados projetos de fontes solar, eólica, hidráulica e termelétricas a biomassa, que começarão a operar até 2022 e venderão energia ao governo federal por prazos de 20 a 30 anos.

A realização de dois leilões de energia nova em dezembro do ano passado não foi suficiente para desovar o alto número de empreendimentos que as empresas têm na gaveta. Neste certame, foram cadastrados 1.672 projetos. Destes, ao menos 77% já concorreram em 2017. A maior parte deles são usinas eólicas (53,8%) e solares (41,1%). "A demanda ainda não é a que gostaríamos, a economia está se recuperando. Mas será um bom leilão, com muita competição", afirmou Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, nesta terça (3).

Os últimos leilões assustaram parte dos participantes pelos preços baixos atingidos. Os deságios médios foram de 54,65%, no primeiro certame, e de 38,7%, no segundo. Com isso, o preço das energias eólica e solar chegaram a patamares históricos. No último leilão do gênero (chamado A-4, em que os empreendimentos têm quatro anos para entrar em operação), as fontes chegaram, respectivamente, a R$ 145,68 e R$ 108 por MWh.

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No leilão A-6 (entrega com prazo de seis anos), ocorrido também em dezembro, a energia eólica chegou a R$ 98,6. Segundo um investidor que não teve nenhum projeto contratado nas concorrências de dezembro, a expectativa para o leilão desta quarta é forte, mas os deságios ocorridos no ano passado assustaram.

O principal perfil dos vencedores em 2017 foram as grandes multinacionais de energia. Essa foi a principal justificativa para os fortes descontos: as empresas teriam conseguido financiamento fora do país, mais barato, e preços mais baixos com fabricantes de equipamentos, por terem parcerias com eles em projetos em todo o mundo.

Neste leilão, a projeção é que essas companhias -como a italiana Enel e a norte-americana AES- voltem a se destacar. Para Pedrosa, a expectativa é que os preços baixos se repitam no leilão desta quarta, mas poderão subir nos próximos com a mudança na forma de contratação prevista pelo governo.

Até agosto, o ministério prevê um segundo leilão de geração A-6, com prazo de entrega de seis anos para as usinas. Nessa concorrência, o governo prevê contratar os projetos por quantidade, ou seja, os geradores passarão a ter risco de sobras ou déficits de energia. Hoje, a contratação, que é por disponibilidade, prevê uma remuneração fixa ao gerador.

"Neste leilão, os preços serão bons como no passado, não houve mudança que sinalize algo diferente. Para o futuro, é natural que o preço da energia eólica suba um pouco, mas para acomodar fatores que permitem comparação com outras fontes, e com certeza ainda com uma competitividade extraordinária", afirmou Pedrosa.

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