Economia
Mercado de gás veicular cresce 11% em Pernambuco
Aumento está refletindo na procura pela instalação de kit gás no Grande Recife
O mercado de gás natural veicular (GNV) em Pernambuco registra, no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. Em setembro, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) contabilizou uma média diária de 174 mil metros cúbicos vendidos nos postos do Estado, que é 12% maior do que era registrado no início do ano. As marcas são sentidas pelas lojas instaladoras de kit gás da Região Metropolitana do Recife, que atribuem a alta na movimentação à adesão de muitos carros ao Uber e ao preço da gasolina.
Na Master Gás, em Olinda, o proprietário Fabio Silva chegou a se queixar de leve queda em setembro após boa procura em julho e agosto, mas já comemora um bom início de outubro. Ele considera o Uber como um fator determinante para essa alta e acredita que haja uma retração na procura por conta da incerteza pela qual passa o serviço no Recife. “É um mercado novo que apareceu”, ponderou. “Julho e agosto foram melhores que setembro, mas também teve o preço da gasolina que baixou um pouco, e isso prejudicou o mercado, mas outubro já começou bem”, acrescentou. Na loja de Fábio, o preço do kit varia de R$ 1.600 a R$ 5 mil.
Também em Olinda, a Via Gás Auto Service estima que a movimentação cresceu cerca de 35%. “O aumento nas vendas vem desde julho. Antes, nós instalávamos em média três kits por dia. Agora a gente instala entre quatro e cinco. Hoje mesmo temos quatro carros aqui fazendo o serviço”, afirmou a gerente Dulce Goes. Segundo ela, não é só de Uber e táxi que se forma sua cartela de clientes. “Muitos carros particulares estão vindo aqui também. Nossa carteira tem cerca de 30% de clientes particulares, o que engloba também os vendedores autônomos, que rodam muito e acabam consumindo mais combustível”, acrescentou. Lá o preço do kit parte de R$ 2.790.
Potência
A instalação de kit gás foi adotada pelo taxista Jaelson Silva da Costa. “Peguei o meu carro zero quilômetro e, em 15 dias, eu não aguentei rodar com gasolina. Todo dia, eu gastava R$ 80. Hoje eu gasto R$ 30 e rodo em torno de 100 quilômetros diariamente”, explicou. Ele comentou também que, em um ano e meio que utiliza equipamento, nunca passou por algum problema com seu veículo “não perdeu nada em termos de potência”.
Já o presidente da Copergás, Décio Padilha, atribui a procura à “economicidade” e ao fato de ser um combustível limpo. “Se você botar R$ 100 de GNV, você roda mais de 700 quilômetros, e se botar R$ 100 de gasolina, roda 280 quilômetros, menos da metade”, comentou. “Eu acredito que esse crescimento é para o uso particular. A classe média começou a fazer a conversão do carro. O GNV começa a entrar no apelo das pessoas na questão da própria poluição. O GNV tem 98% menos de dióxido de enxofre e 90% menos de monóxido de carbono em relação à gasolina”, completou.