Economia

Mercado prevê corte discreto nos juros

Efeito da nova política de preço da Petrobras vai demorar a ser repassado aos juros básicos

Abigail e a Cidade Proibida Abigail e a Cidade Proibida  - Foto: Reprodução/Adoro Cinema

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) volta a se reunir nesta terça e quarta para definir a taxa básica de juros (Selic), que há mais de um ano está em 14,25%. E a expectativa do mercado é de que, nesta reunião, a Selic sofra uma redução de 0,25 ou 0,5 ponto percentual.

O ajuste seria um reflexo de melhorias no cenário macroeconômico, como a desaceleração da inflação, que, para a União, ainda pode ser intensificada nos próximos meses pela queda no preço dos combustíveis anunciada recentemente pela Petrobras. Analistas dizem, no entanto, que o reflexo da nova política da Petrobras na inflação deve ser pequeno e que a redução da Selic pode demorar a ser repassada pelos bancos.
“A baixa é de R$ 0,03 a R$ 0,05 no litro da gasolina. Então, para encher o tanque, a economia seria de apenas R$ 2 ou R$ 3, o que não faz uma diferença muito grande nos custos do cidadão comum. O impacto será grande quando houver uma queda próxima de 10%, a qual ainda impactaria os preços de todos os produtos que dependem da gasolina para serem transportados”, argumenta o professor de economia da UFRPE Luiz Maia, concluindo que a expectativa gerada no mercado pelo anúncio da Petrobras é muito mais simbólica. “Há um ânimo porque, há tempos, não havia um sinal de melhoria como este”, disse.
Economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo frisa que, mesmo assim, a redução da gasolina pode ser levada em conta pelos membros do Copom, assim como os reflexos mais concretos de melhora econômica. “O Banco Central trabalha com expectativas e o mercado já espera ver uma inflação próxima do centro da meta ao final de 2017”, frisou Espírito Santo, lembrando que a inflação já vem desacelerando nos últimos meses. Hoje, por exemplo, o acumulado é de 8,48%, abaixo dos 10,67% do fim do ano passado. E isso pesa na decisão do Copom porque, segundo ele, os juros são como um remédio para a inflação: à medida que a inflação cresce, a taxa de juros é elevada para conter o aumento de preços. Ainda serão levadas em conta a confiança do mercado na nova equipe econômica e a aprovação na Câmara dos Deputados da PEC dos Gastos.
Porém, a redução da Selic não deve ser repassada aos consumidores tão rapidamente, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “Continuamos com a inadimplência e o desemprego em alta, o que oferece um risco maior”, acredita o diretor de pesquisas da Anefac Miguel José Ribeiro de Oliveira.

 

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