Dom, 07 de Dezembro

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Meta supera US$ 52 bi em receita, mas previsão de gastos com IA em 2026 preocupa mercado

Ações caem após divulgação do resultado financeiro da empresa no terceiro trimestre

Logo da Meta exibido em um centro de convenções em Paris Logo da Meta exibido em um centro de convenções em Paris  - Foto: Julien de Rosa/AFP

Dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, a Meta informou nesta quarta-feira que sua receita chegou a um total de US$ 51,2 bilhões no terceiro trimestre, 3,2% acima da média do projetado por analistas.

Ainda assim, a sinalização da companhia de que aumentará em 2026 os gastos com infraestrutura para rodar seus projetos de inteligência artificial (IA) foi mal vista pelo mercado. As ações da empresa caíram 6,5% nas negociações após o fechamento do pregão.

A pressão sobre seu CEO, Mark Zuckerberg, reflete o momento desafiador da Meta. Enquanto outras big techs como Alphabet (dona do Google) e Microsoft têm serviços mais diversificados - que vão desde publicidade até serviços de nuvem, softwares e dispositivos - as vendas de publicidade representam cerca de 98% da receita total da Meta.

Isso num momento em que todas as grandes empresas de tecnologia têm acelerado seus investimentos em IA - em sua maioria, com recursos próprios, diferente da Meta que buscou levantar US$ 29 bilhões junto a fundos privados para bancar a construção de data centers nos Estados Unidos.

O objetivo de Zuckerberg, no fim do dia, é demonstrar aos investidores que os investimentos bilionários em IA podem trazer resultados até o fim da década. Para justificar esses esforços, a companhia tem buscado certo ganho de eficiência.

Enquanto recruta altos talentos para projetos mais promissores de IA, corta vagas em áreas como metaverso e reduz custos. Na semana passada, a empresa dispensou 600 funcionários de sua unidade de IA, o Meta Superintelligence Labs, em um esforço para tornar o grupo mais eficiente.

Lucro despenca no 3º tri
O lucro líquido da Meta no terceiro trimestre também ajudou a penalizar as ações da empresa. Por conta de um encargo fiscal, a empresa reportou um lucro líquido de US$ 2,71 bilhões. Uma despesa contábil de US$ 15,9 bilhões, decorrente de uma lei tributária sancionada em julho, nos Estados Unidos, fez o lucro despencar 83% no trimestre.

Sem essa despesa contábil, a Meta afirmou que o lucro líquido teria aumentado 19% no período, para US$ 18,6 bilhões.

A empresa prevê que a receita ficará entre US$ 56 bilhões e US$ 59 bilhões no período que termina em dezembro. Analistas, em média, estimavam US$ 57,4 bilhões, segundo dados reunidos pela Bloomberg.

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