Nome de Pochmann para a presidência do IBGE causa desconforto no Planejamento e na Fazenda
Economista é ligado ao PT e já presidiu o Ipea durante os governos Lula e Dilma
A veiculação do nome do economista Márcio Pochamnn para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - conforme informou o blog da colunista Malu Gaspar - causou apreensão nos Ministérios do Planejamento e da Fazenda. Interlocutores citam pelo menos três argumentos contrários ao seu nome.
Pochmann não é especialista em demografia e estatística, não tem capacidade de gerenciamento comprovada; de origem da Unicamp, escola econômica com viés heterodoxo; e a passagem dele pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), marcada por fortes críticas.
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Ele deixou a presidência do Ipea em 2012. Também presidiu a Fundação Perseu Abramo, do PT, o Instituto Lula. O nome de Pochmann é defendido pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e por Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A indicação de Pochmann também é considerada uma ingerência no Ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet. O IBGE é ligado à pasta. Tebet, segundo interlocutores, não é uma "ministra do PT, mas aliada" de Lula no segundo turno das eleições. Ela teve total liberdade para nomear a sua equipe.
O Planejamento tem uma avaliação positiva do trabalho do atual presidente, Cimar Azeredo, que assumiu como interino em 02 de janeiro. Azevedo e considerado competente e "parceiro". Caso seja mesmo necessário fazer a substituição, a preferência é por um servidor da casa e, se for alguém de fora, que tenha um perfil técnico.
O IBGE tem 3,9 mil funcionários espalhados pelo país todo. São responsáveis pela realização de pesquisas sobre inflação (IPCA), comportamento da atividade econômica (PIB), dados do mercado de trabalho e Censo.
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O radar de atuação, segundo técnicos, exige capacidade de gerenciamento e boas conexões políticas. Pochmann quando comandou o Ipea, criou muitos conflitos e recebeu críticas sobre aparelhamento do órgão e realização de estudos com viés político.
Simone Tebet se reúne com Lula na tarde desta segunda-feira e deve tratar do assunto.