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Economia

Nordeste quer redistribuição do etanol importado

Órgãos como Novabio Nordeste e Feplana defendem que região não suporta mais receber etanol vindo dos EUA

Renato Cunha cobra mais esforços pela competitividade dos combustíveis limpos Renato Cunha cobra mais esforços pela competitividade dos combustíveis limpos  - Foto: Úrsula Freire

Uma reunião com o presidente da Câmara Rodrigo Maia, o líder do governo na câmara, Major Vitor Hugo, representantes do Governo Federal e do setor sucroenergético foi realizada nesta terça-feira em Brasília para negociar uma flexibilização com o governo para uma melhor distribuição dos 750 milhões de litros de etanol de milho importado dos Estados Unidos. O encontro teve o objetivo de discutir uma melhor solução para que o produto chegue em menor quantidade ao Nordeste.

Na ocasião, a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bionergia (Novabio Nordeste), que representa indústrias produtoras de açúcar, etanol e bioenergia e a Federação Dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), propuseram que parte dos 750 milhões de litros de etanol oriundos dos Estados Unidos tenha como principal destino a região centro-sul do Brasil, com a justificativa de que o Nordeste não suportaria receber grande quantidade devido a forte produção local do etanol de cana-de-açúcar.

A proposta do setor sugere que dos 750 milhões de litros que serão enviados para todo o Brasil, 700 milhões (93%) seja destinado para os estados do centro-sul, enquanto os 50 milhões de litros restantes (7%) sejam destinados para a região nordeste apenas na entressafra de junho, julho e agosto do próximo ano.
No final de agosto o Governo Federal fez a liberação de mais etanol sem imposto dos Estados Unidos para o Brasil, aumentando em 150 milhões de litros por mais um ano a entrada do produto.

O presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro também participou do evento juntamente com o presidente executivo do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e da Novabio Nordeste, Renato Cunha, que apresentou a proposta. “Fizemos a proposta e o governo ficou de estudar, houve uma proposição da Novabio, para fazer com que somente 7% desse etanol americano chegue ao Nordeste, que não tem condições de absorver essa quantidade na safra, ele precisa ir para o centro-sul mantendo equidade na produção. Já que houve essa concessão sem contrapartida do mercado, achamos melhor destinar ao Porto de Santos”, destacou Cunha.

Na próxima terça-feira haverá outra reunião com o Governo Federal, e na mesma semana o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), pode colocar em votação o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) do etanol, que trata sobre a venda direta do produto a partir das usinas.

Participaram também o deputado Aguinaldo Ribeiro, além de 20 parlamentares sendo nove pernambucanos e seis alagoanos. Além deles, participaram também o presidente da Feplana, Alexandre Andrade Lima, representantes do Ministério da Agricultura, da Economia, das Relações Exteriores e da Secretaria de Comércio Exterior.

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