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ONG cobra fixação de "salário máximo" após CEOs ganharem 130 vezes mais que funcionários na França

Oxfam denunciou disparidade salarial "indecente" em país europeu

Alexandre e Delphine, filhos mais velhos de Bernard Arnault, já fazem parte do conselho da LVMHAlexandre e Delphine, filhos mais velhos de Bernard Arnault, já fazem parte do conselho da LVMH - Foto: Nebinger Frederic/ABACA/Newscom

Os executivos das empresas francesas do índice bolsista CAC 40 ganharam em média 130 vezes mais que o salário médio dos trabalhadores das empresas que dirigem em 2022, revelou um estudo da Oxfam divulgado nesta terça-feira, denunciando uma disparidade salarial "indecente".

A associação pede a instauração de um salário máximo para os dirigentes, que seria no máximo 20 vezes o salário médio da empresa.

"As riquezas produzidas continuam a crescer" nas empresas do CAC 40, mas "esta redistribuição das riquezas não é equitativa", apontou a Oxfam em seu relatório "Cash 40: muitos milhões para alguns".

Na lista anual de bilionários da revista americana Forbes, divulgada este mês, quem vem em primeiro lugar é o francês Bernard Arnault, o homem mais rico do mundo, com um patrimônio líquido estimado em US$ 233 bilhões — cerca de R$ 1 trilhão.

O empresário é CEO do grupo MVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), um império com 75 marcas de moda e cosméticos, incluindo Louis Vuitton, Tiffany e Sephora.

Em 2022, segundo a Oxfam, os líderes do CAC 40 ganharam em média 130 vezes mais que seus funcionários, um aumento de 17% desde 2019 (quando era 111 vezes mais), indica a associação.

Em 1979, os chefes do CAC 40 "só ganhavam em média 40 vezes mais que o salário mínimo", acrescenta.

Essas disparidades são explicadas pela ONG pelos "rendimentos excessivos e desconectados dos dirigentes".

Em 2022, esses líderes ganharam em média 6,66 milhões de euros (R$ 36,2 milhões), um aumento de 27% em relação a três anos antes. Os salários dos trabalhadores aumentaram apenas 9%.

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