ONG cobra fixação de "salário máximo" após CEOs ganharem 130 vezes mais que funcionários na França
Oxfam denunciou disparidade salarial "indecente" em país europeu
Os executivos das empresas francesas do índice bolsista CAC 40 ganharam em média 130 vezes mais que o salário médio dos trabalhadores das empresas que dirigem em 2022, revelou um estudo da Oxfam divulgado nesta terça-feira, denunciando uma disparidade salarial "indecente".
A associação pede a instauração de um salário máximo para os dirigentes, que seria no máximo 20 vezes o salário médio da empresa.
"As riquezas produzidas continuam a crescer" nas empresas do CAC 40, mas "esta redistribuição das riquezas não é equitativa", apontou a Oxfam em seu relatório "Cash 40: muitos milhões para alguns".
Na lista anual de bilionários da revista americana Forbes, divulgada este mês, quem vem em primeiro lugar é o francês Bernard Arnault, o homem mais rico do mundo, com um patrimônio líquido estimado em US$ 233 bilhões — cerca de R$ 1 trilhão.
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O empresário é CEO do grupo MVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), um império com 75 marcas de moda e cosméticos, incluindo Louis Vuitton, Tiffany e Sephora.
Em 2022, segundo a Oxfam, os líderes do CAC 40 ganharam em média 130 vezes mais que seus funcionários, um aumento de 17% desde 2019 (quando era 111 vezes mais), indica a associação.
Em 1979, os chefes do CAC 40 "só ganhavam em média 40 vezes mais que o salário mínimo", acrescenta.
Essas disparidades são explicadas pela ONG pelos "rendimentos excessivos e desconectados dos dirigentes".
Em 2022, esses líderes ganharam em média 6,66 milhões de euros (R$ 36,2 milhões), um aumento de 27% em relação a três anos antes. Os salários dos trabalhadores aumentaram apenas 9%.