Petrobras negocia refinaria de Pasadena com americana Chevron
Refinaria foi comprada pela Petrobras em 2006, com o argumento de que a empresa precisava de um ponto de entrada no mercado norte-americano
A Petrobras abriu negociações com a americana Chevron para a venda da polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Localizada no Texas, a unidade é alvo de investigações da Operação Lava Jato e foi adquirida pela estatal em uma operação que rendeu prejuízo bilionário.
As conversas com a Chevron foram antecipadas pela Reuters e confirmadas pela Folha de S.Paulo. O processo de venda do ativo, que inclui a refinaria e um terreno anexo, foi aberto ao mercado em fevereiro, com o lançamento de um prospecto com informações sobre as unidades.
Em maio, a Petrobras iniciou a segunda fase do processo, na qual interessados ganham acesso à avaliação financeira para formular propostas. Procurada, a estatal não quis comentar as negociações, dizendo que eventuais notícias sobre venda de ativos serão divulgadas ao mercado por meio de fato relevante.
A empresa corre contra o tempo para concluir seu plano de desinvestimentos, que tem como meta arrecadar US$ 21 bilhões no biênio 2017/2018 mas tem processos relevantes emperrados por questões judiciais.
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Liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski levou a companhia a suspender as negociações da Malha de dutos do Norte e Nordeste, e de dois blocos de refino, que incluem refinarias, dutos e terminais.
Lewandowski determinou que vendas de participações majoritárias em subsidiárias de estatais passem por avaliação do Congresso. A venda dos gasodutos, negociada com a francesa Engie, já estava em estágio avançado.
A refinaria de Pasadena foi comprada pela Petrobras em 2006, com o argumento de que a empresa precisava de um ponto de entrada no mercado norte-americano de combustíveis.
A Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões que a sócia havia desembolsado um ano antes para ter 100% do capital. Após disputa judicial com a Astra, a estatal acabou desembolsando US$ 1,2 bilhão para ficar com todas as ações.
A unidade está localizada às margens do Canal de Houston, área que concentra grande número de indústrias petroquímicas, e recentemente recebeu multas por emissões de poluentes em níveis acima dos permitidos pela lei americana. A Folha de S.Paulo não conseguiu contato com a Chevron. À Reuters, a empresa disse que não comentaria o assunto.
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