Economia

Petróleo atinge preço mais alto desde 2014

Barril do Brent bateu em US$ 88,13 em Londres, enquanto o do Texas, referência nos EUA, era negociado a US$ 85

PetróleoPetróleo - Foto: Geraldo Falcão/Agência Petrobrás

O barril de petróleo Brent atingiu, nesta terça-feira, seu preço mais alto em sete anos, alimentado por tensões geopolíticas e demanda crescente,  que fazem com que os mercados físicos fiquem aquecidos na maior região consumidora do mundo.

O preço do barril de Brent do Mar do Norte atingiu US$ 88,13 em Londres, um recorde desde 30 de outubro de 2014, quando atingiu US$ 86,74, segundo a agência France Presse. Na véspera, fechou em alta de 0,5%, a US$ 86,48 o barril.

Já o preço do barril do petróleo Texas (WTI), de referência nos Estados Unidos, era negociado acima de US$ 85, também alcançando o maior preço desde outubro de 2014.
 

De acordo com a BLoomberg, os traders estão pagando prêmios cada vez mais altos por cargas na Ásia, à medida que os temores desaparecem com o impacto da demanda do ômicron, enquanto os suprimentos são reduzidos por uma série de interrupções da Líbia ao Norte América. Um ataque de drone a instalações petrolíferas nos Emirados Árabes Unidos na segunda-feira aumentou os riscos geopolíticos.

No ano passado,  o preço do petróleo Brent subi mais de 50% e o de WTI mais de 55%, impulsionados pela reativação da demanda com o fim das restrições sanitárias no começo do ano. O Goldman Sachs elevou suas previsões de Brent até 2022 e 2023 e previu o barril de petróleo a US$ 100 no terceiro trimestre.

“A demanda continua aumentando e a capacidade ociosa continua caindo, então isso deve manter os preços sustentados este ano.”, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS Group AG, em Zurique.

O rali do petróleo representa um desafio para as nações consumidoras e os bancos centrais, que tentam evitar a inflação enquanto apoiam o crescimento global. Em particular, é uma dor de cabeça para o presidente americano Joe Biden, já que seus esforços para domar os preços da gasolina aproveitando os estoques de emergência — e persuadindo a Opep — não dão resultados.

O petróleo teve um início de ano quente com interrupções em produtores, incluindo a Líbia, aumentando a alta provocada pela forte demanda. Há sinais otimistas de todo o complexo petrolífero, do diesel ao combustível de aviação, que está subindo na Europa à medida que as viagens aéreas resistem ao impacto da nova variante Ômicron.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo deve divulgar seu relatório mensal nesta terça-feira, fornecendo seu retrato do mercado.

A força do mercado físico foi agravada pela tensão renovada no Golfo Pérsico, lar de cerca de 40% do petróleo marítimo do mundo.

Os combatentes houthis do Iêmen alegaram ter lançado um ataque de drone nos Emirados Árabes Unidos que causou uma explosão e um incêndio nos arredores da capital Abu Dhabi. O país é o terceiro maior produtor da OPEP.

"O sentimento no mercado continua construtivo, e o ataque aos Emirados Árabes Unidos ofereceu apenas mais um impulso aos preços", disse Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING Groep NV.

"Interrupções no fornecimento, juntamente com uma demanda firme, significam que o mercado de petróleo está mais apertado do que o esperado".

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