Retração

PIB do Brasil desacelera no 4º trimestre e ameaça recuperação em 'V'

Um dos fatores que reduziu o ritmo de crescimento foi o corte no valor do auxílio emergencial

PIBPIB - Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

A desaceleração da economia brasileira no quarto trimestre de 2020 e a expectativa de estagnação ou retração nos três primeiros meses de 2021 coloca em dúvida a recuperação em "V" esperada pelo governo para este ano.
 
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 3,2% no quarto trimestre, em relação aos três meses imediatamente anteriores. No terceiro trimestre, havia crescido 7,7% sobre o período imediatamente anterior.
 
Na comparação com o quarto trimestre de 2019, o PIB caiu 4,1%
 
Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam crescimento de 2,8% na comparação trimestral e queda de 1,6% em relação ao quarto trimestre de 2019.
 
O Ministério da Economia projetava queda de 4,5% para o ano de 2020.
 
Apesar do crescimento no quarto trimestre, a economia brasileira não voltou ao nível pré-crise. Ainda está 1,2% abaixo do último trimestre de 2019. O resultado também se encontra 4,4% abaixo do pico registrado no início de 2014.
 
Redução do Auxílio
Entre os fatores que reduziram o ritmo de crescimento no último trimestre do ano está o corte no valor da cota do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300. O fim do benefício e de outros estímulos no início deste ano afetaram ainda mais a recuperação da economia.


Como é composto o PIB?
Estudo do pesquisador Vinícius Botelho, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), divulgado em dezembro já mostrava que cerca de 7 milhões de pessoas voltaram a ficar abaixo do nível de pobreza de até R$ 5,50 por dia em outubro, em relação ao verificado em setembro, por causa da redução no valor do auxílio.
 
A expectativa é que o avanço da vacinação e uma retomada do auxílio ajudem a impulsionar a recuperação da economia a partir do segundo trimestre, mesmo com a perspectiva de que o Banco Central volte a subir a taxa básica de juros para segurar a inflação, e contribuam para reduzir as taxas de desemprego, que devem atingir patamar recorde no meio deste ano.

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