Preços dos alimentos permanecem altos em países vulneráveis, apesar da queda geral em junho
Segundo a FAO, por episódios de seca ou dificuldades econômicas, "45 países no mundo necessitam de ajuda externa para cobrir as suas necessidades alimentares"
Os preços mundiais dos alimentos continuaram caindo em junho, mas permanecem muito altos nos mercados internos dos países vulneráveis, disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) nesta sexta-feira (7).
O índice de preços de alimentos da FAO, que acompanha a evolução dos preços internacionais de uma cesta de produtos básicos, caiu 1,4% em relação a maio.
Os cereais caíram 2,1% em um mês, graças à maior safra de milho no Brasil e na Argentina e às melhores perspectivas nos Estados Unidos.
Os preços do trigo caíram 1,3%, devido à oferta russa "abundante", com "taxa de exportação menor".
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Apesar do aumento do óleo de palma e soja devido às más condições climáticas, os preços dos óleos vegetais também caíram 2,4% em relação a maio.
Graças ao milho e/ou ao arroz, a produção mundial de cereais deverá "atingir um nível recorde em 2023/24" com 2,819 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 1,1% face ao ano anterior.
As previsões da safra de trigo também foram elevadas para 783,3 milhões de toneladas, devido à melhora das perspectivas no Canadá e na Turquia. No entanto, a produção deve ficar 2,3% abaixo do recorde da safra 2022/23.
Por outro lado, espera-se que a produção de cereais diminua nos 44 países com "baixa renda e déficit alimentar", aumentando suas necessidades de importação.
Devido ao preço sempre elevado dos alimentos, mas também a conflitos, episódios de seca ou dificuldades econômicas, "45 países no mundo necessitam de ajuda externa para cobrir as suas necessidades alimentares", sublinhou a FAO.
A queda dos preços mundiais de alguns produtos alimentícios não se refletiu em seus mercados internos, ou pelo menos não totalmente, o que agrava a fome nestes países, principalmente africanos, aos quais se somam Haiti, Ucrânia e Venezuela.