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Financiamento

Prefeitura e Caixa apresentam financiamento para impulsionar retrofit nas áreas centrais do Recife

A linha de crédito ganha destaque como parte dos esforços para transformar imóveis ociosos em moradias no centro recifense

Na foto, a chefe do Gabinete do Centro, Ana Paula VilaçaNa foto, a chefe do Gabinete do Centro, Ana Paula Vilaça - Foto: Matheus Ribeiro/Folha de Pernambuco

A Prefeitura do Recife dá mais um passo na reabilitação urbana das áreas centrais da cidade. Durante a 2ª edição do Conexão Recentro, nesta terça-feira (10), o Gabinete do Centro do Recife, em parceria com a Caixa Econômica Federal, apresentou uma linha de crédito voltada a projetos de retrofit, com a possibilidade de utilização de recursos do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo Federal.

A linha de crédito, exclusiva para projetos de retrofit, já consta na cartela de financiamentos da instituição, mas ganha destaque como incentivo aos investidores locais, diante do esforço da prefeitura em revitalizar imóveis ociosos no Centro para fins habitacionais. 

Não há teto para investimentos com recursos livres da Caixa, e os apartamentos finais podem ser direcionados a compradores de diferentes perfis. Compradores de apartamentos de até R$350 mil nos prédios retrofitados poderão financiá-lo com taxa de 8,16% ao ano pelo Minha Casa, Minha Vida.

Demanda
Para o superintendente de Rede da Caixa, Marcelo Maia, a linha destrava uma demanda do mercado da construção civil com uma linha de financiamento específica para esse tipo de projeto.

“Quando a gente olha o centro do Recife,  há imóveis que têm perfil comercial e residencial. E a gente sabe que para ter uma requalificação completa, precisa de moradia”, afirmou. 

Já o gerente de Clientes e Negócios de Habitação para Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Reinaldo Mazzocato, destacou o papel estratégico do banco na requalificação de centros urbanos por meio do retrofit — prática que transforma prédios antigos em novos empreendimentos.

Segundo ele, o banco está comprometido com essa linha de atuação.

“A Caixa, assim como olha para outros desafios da habitação, está apostando  no retrofit e na requalificação dos centros urbanos. O Recife tem o protagonismo nesse movimento, e a Caixa quer ser o banco do retrofit no Brasil”, afirmou.

O retrofit, para o executivo, deixou de ser uma promessa futura e já se consolidou como alternativa para enfrentar o déficit habitacional e promover cidades mais sustentáveis. Ele citou dados do Censo 2022 que revelam um quadro de contrastes: há 90 milhões de domicílios no Brasil, 11 milhões vagos, frente a um déficit habitacional de 6 milhões. No Recife, dos 643 mil domicílios existentes, 177 mil estão desocupados, enquanto o déficit chega a 97 mil unidades.

“A sustentabilidade, a redução de impactos ambientais, a justiça social e o planejamento urbano são pilares do retrofit. É uma forma inteligente de dar nova vida ao centro das cidades e, ao mesmo tempo, garantir moradia digna para todas as faixas de renda”, completou Mazzocato.

Articulação

A parceria com instituições financeiras já vem sendo articulada pelo órgão visando repopularizar o centro do Recife. 

Em fevereiro deste ano, o Banco do Nordeste, em parceria com a Sudene, lançou uma nova linha de crédito no valor de R$ 2 bilhões para financiar a reabilitação de complexos multiusos no Centro do Recife. Segundo Ana Paula Vilaça, chefe do Gabinete do Centro, o objetivo é criar condições mais atrativas para que incorporadoras e a população invistam na região central da cidade.

“Nós já falamos com alguns bancos privados também, porque nosso objetivo é dar esse cardápio de opções para o mercado imobiliário. Então, quanto mais possibilidades e oportunidades, mais o centro fica competitivo. Então, a gente está vendo agora o interesse do mercado imobiliário e se eles tiverem facilidades, ferramentas para fazer essa intervenção no centro. 

Além disso, a Prefeitura tem adotado medidas para facilitar a realização de projetos no centro da cidade, como a desburocratização de processos, concessão de benefícios fiscais e articulação com diversos órgãos e secretarias.

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