Economia

Presidente da Caixa defende que BC aprove executivos de bancos públicos

O próprio Occhi foi indicado pela cúpula do PP ao cargo e deve, nos próximos dias, assumir o ministério da Saúde, embora desconverse sobre o tema

Presidente da Caixa, Gilberto Occhi (PP), está sob investigação por irregularidadesPresidente da Caixa, Gilberto Occhi (PP), está sob investigação por irregularidades - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O sinal verde que o Banco Central terá que dar aos executivos indicados para ocupar cargos em bancos públicos federal é visto com bons olhos pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi. "Eu sou favorável, até porque eu sou membro de um conselho de administração do banco Pan, onde a Caixa é sócia com o BTG. E eu tive que ter meu nome aprovado pelo Banco Central para continuar anualmente a fazer parte do conselho de administração", ressaltou.

No domingo, o presidente Michel Temer determinou que o BC aprove as nomeações de dirigentes dos bancos públicos federais, que serão indicados, a partir de agora, com base em critérios técnicos.

Temer disse que é necessário estender as regras de nomeação que constam da Lei das Estatais para integrantes dos conselhos administrativos e executivos da Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. O próprio Occhi foi indicado pela cúpula do PP ao cargo e deve, nos próximos dias, assumir o ministério da Saúde, embora desconverse sobre o tema.

"Isso é extremamente razoável, extremamente saudável. Melhora a governança e vem ao encontro do que a lei nº 13.303 [lei das estatais], o novo estatuto da Caixa, esse novo modelo da Caixa que estamos trabalhando", afirmou Occhi nesta terça-feira (27).

Em 2017, o banco público viu seu lucro recorrente -que exclui efeitos extraordinários de receita e despesa- crescer 107%, para R$ 8,6 bilhões. O lucro não recorrente subiu 203%, para R$ 12,5 bilhões, influenciado pela adoção de um teto, pela Caixa Saúde, de 6,5% de provisão sobre a folha de pagamento. Para Occhi, essa limitação não reduz os benefícios recebidos pelos funcionários.

"Nós não reduzimos nenhum benefício, nem para aposentado nem para seus dependentes que fazem parte do plano de saúde da Caixa, mas estabelecemos um teto de gasto para isso", disse. "De maneira complementar, constituímos um grupo de trabalho para que a gente possa instituir uma melhor governança, um melhor controle e uma melhor eficiência nesse plano de saúde, que é tão importante para o empregado da Caixa. Mas não tiramos nenhum direito deles, de maneira alguma."

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Lucro

O resultado da Caixa também foi impulsionado pelo aumento de 11,5% da receita com prestação de serviços. O gasto com pessoal, porém, cresceu 6,6%, afetado pelo programa de desligamento voluntário extraordinário promovido pelo banco no ano passado.

"O ajuste é permanente. O que estamos trabalhando é uma diminuição de despesas, nós fizemos de uma maneira inédita na Caixa uma campanha com todos os empregados da Caixa para que eles pudessem contribuir com novas ideias", afirmou Occhi.

"Nós estamos enfrentando a melhoria da receita de prestação de serviços, a melhoria do atendimento da Caixa a seus clientes e melhoria de novas receitas que poderão advir da venda de imóveis que temos, desse trabalho que estamos construindo para tornar a Caixa cada vez mais eficiente." Na divulgação do balanço, ele indicou que o banco deve anunciar uma redução dos juros aos consumidores.

"A Caixa está fazendo estudos, precificação, e nosso objetivo é apresentar num futuro muito breve uma redução da taxa de juros para que a gente possa estar competitivo e oferecer aos nossos clientes as melhores condições de mercado", afirmou.

Assim como os principais concorrentes, a Caixa teve redução na sua carteira de crédito no ano passado. A queda, de 0,4%, se deu tanto nos empréstimos para pessoas físicas, que recuaram 8,6% em 2017, quanto para empresas, que caíram 23,1%. Já o crédito habitacional, no qual a Caixa tem participação de 70% do mercado total, cresceu 6,3%.

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