BRASIL

Presidente do BC afirma que não quer ser reconduzido ao cargo em 2024

Campos Neto afirmou ter sido contra a possibilidade de recondução quando a lei da autonomia foi aprovada

Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos NetoPresidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse, nesta quinta-feira, que não deseja ser reconduzido ao cargo em 2024, quando seu mandato termina. Segundo ele, a possibilidade de recondução não seria saudável porque expõe o órgão à vontade política do Executivo.

— Eu acho que a recondução não é saudável mesmo porque cria uma fragilidade no meio do mandato porque vai ter um presidente do banco central que vai estar interessado em estar reconduzido e fica exposto naquele momento à vontade do Executivo — disse.

Campos Neto lembrou que foi contra a possibilidade de recondução quando o projeto de lei que deu autonomia ao Banco Central estava sendo discutido no Congresso.

— Eu não gosto, não acho que é bom. Se tivesse dependido só de mim não teria nem recondução na lei de autonomia — afirmou.

A lei que deu autonomia ao Banco Central foi aprovada em 2021 e Campos Neto tomou posse como primeiro presidente do BC autônomo em abril daquele ano. Ele já estava na cadeira desde 2019.

O objetivo da lei é proteger a diretoria e o presidente do órgão de influências políticas. Para isso, entre outras medidas, prevê um mandato fixo de quatro anos tanto para o presidente como para os diretores.

Os mandatos têm duração de quatro anos. No caso do presidente do BC, o início de um mandato é no 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do presidente da República. O próximo presidente do BC começaria seu trabalho em 2025.

Alta no PIB
Campos Neto também afirmou que o Banco Central deve atualizar sua projeção para o crescimento da atividade neste ano para "um pouco mais de 2%". A última projeção do órgão era de 1,7% e foi publicada no fim de junho.

O presidente do BC ressaltou que o mercado tem revisto suas expectativas de PIB para cima. O último relatório Focus mostrou que o mercado já está projetando uma alta de 2% para este ano refletindo o estímulo da PEC Eleitoral, com o aumento do Auxílio Brasil, que também elevou os riscos fiscais.

— Obviamente tem o impacto das medidas do governo, mas tem também uma performance melhor do que o esperado em vários setores — afirmou.

O IBC-Br, uma prévia do PIB calculada pelo Banco Central, apontou para um crescimento de 0,57% no segundo trimestre em comparação com o primeiro. O resultado refletiu principalmente a melhora no setor de serviços, que saltou quase 9% no primeiro semestre.

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