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Economia

Presidente do BC diz que não há cronograma preestabelecido para cortar juros

Goldfajn reiterou que o BC contribuirá para a retomada do crescimento econômico por meio do controle da inflação

Os atores entram em cena com os corpos cobertos de lamaOs atores entram em cena com os corpos cobertos de lama - Foto: Divulgação

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira (4) que o Comitê de Política Monetária (Copom) não tem um “cronograma preestabelecido” para a redução da taxa básica de juros, a Selic. “O Banco Central não tem cronograma preestabelecido para a flexibilização da política monetária. Qualquer decisão será tomada nas reuniões do Copom com base na evolução da combinação de fatores e nas expectativas e projeções de inflação”, disse ele, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Goldfajn reiterou que o BC contribuirá para a retomada do crescimento econômico por meio do controle da inflação, já que, explicou, inflação baixa é fundamental para diminuir as incertezas e para que famílias e empresas retomem o consumo. O centro da meta de inflação está estabelecido em 4,5% ao ano.

“Quando combate a inflação alta, o Banco Central atua em prol da recuperação da atividade econômica. Permitir inflação mais alta não contribuirá para o crescimento sustentável. A evolução dos preços evidencia processo de desinflação em curso e as perspectivas são de continuidade desse processo nos próximos trimestres. No entanto, a velocidade da desinflação permanece incerta”, afirmou Goldfajn. “As expectativas de inflação no mercado convergiram para 4,5% [ao ano] a partir de 2018. Para 2017, a mediana dessas expectativas [de inflação] se encontra em 5,1%”.

Ajustes e reformas dependem do Congresso


Ele destacou que a aprovação pelo Congresso Nacional de ajustes nas contas públicas e das reformas fiscais é fundamental para resgatar a confiança dos investidores, para a redução dos juros básicos e para a retomada da economia.

O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.

Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006.

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