CONSUMO

Produtos agroecológicos em alta

Alimentos cultivados sem produtos químicos ganham espaço entre os consumidores e impulsiona a agricultura familiar

A feirante Maria José vende o que ela mesma plantaA feirante Maria José vende o que ela mesma planta - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Produtos livres de agrotóxicos, sem nenhum aditivo químico. Assim são os hortifrutis comercializados em feiras agroecológicas. Com a agricultura familiar tendo destaque cada vez maior e sendo a principal fonte de renda de agricultores, o consumo desse tipo de alimento está cada vez maior. Os consumidores precisam então estar cada vez mais atentos às diferenças dos produtos que são livres das químicas para os que eventualmente podem prejudicar a sua saúde. 

Para a feirante Maria José, a definição dos produtos agroecológicos é simples: “é um produto de qualidade”. Ela, que sai constantemente de Lagoa de Itaenga, na Zona da Mata do Estado, para comercializar o que ela mesma planta e colhe no Recife, aponta que para entender a diferença dos alimentos, é preciso fazer um pequeno teste para constatar, comprando um produto com agrotóxico e outro livre dos produtos. 

Orgânicos duram mais
“O que se compra dentro de um supermercado, por exemplo, é diferente. Os produtos orgânicos duram até 15 dias na geladeira, sem estragar, enquanto o do mercado passa muito menos que isso. Só de notar a diferença entre eles, ajuda a decidir pelo orgânico”, conta. 

Já de acordo com o feirante Luiz Manoel, mais conhecido como Seu Lula, e também de Lagoa de Itaenga, as feiras de produtos orgânicos são incentivadoras para que a agricultura familiar e uma melhor alimentação sejam estimuladas. “É interessante participar das feiras. A gente produz e transporta para a feira, para que o consumidor adquira bons produtos. Nas feiras tiramos o pão de cada dia. A gente trabalha, planta e colhe, trazendo para que as pessoas consumam algo livre do agrotóxico”, declarou.   

Seu Lula ainda orienta os consumidores que um produto de uma feira orgânica que não esteja com uma aparência boa, não significa que está ruim. “Na escolha de um produto orgânico bom o consumidor precisa ver pelo detalhe. Se pegar um hortifruti bem limpo, sem furo aqui, pode ser que fique em dúvida. Os nossos, se tiver alguma falha estética, não significa que está ruim. O cliente chega a ficar satisfeito. É tudo de uma roça só, fazemos uma seleção, lavamos e tiramos o que não tem qualidade”, afirmou. 

Procedência e qualidade
A assessora de imprensa Lays Furtado, de 31 anos, é uma das pessoas que optam por consumir e comprar os alimentos das feiras agroecológicas. Segundo ela, os produtos têm um preço acessível, procedência e qualidade maior. “É muito bom ter a opção de alimentos saudáveis, livres de algum tipo de veneno. É mais uma opção com diversidade e de apoio aos trabalhadores do campo. As frutas e verduras de outros lugares são mais selecionadas esteticamente, mas isso não é a qualidade do alimento. Nas feiras a gente sabe quem fez, quem produziu, o domínio da família, o preço é justo”, relata Lays. 

Em Pernambuco, das 117 feiras, apenas 34 estão funcionando, por conta da pandemia. Em Recife são 16, em Jaboatão dos Guararapes, quatro, enquanto Olinda e Caruaru têm duas feiras por cidade. Já em Camaragibe, Gravatá, Surubim, Bom Jardim, Garanhuns, Afogados da Ingazeira, Tabira, São José do Egito, Ouricuri e Trindade, há uma feira por município.

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