Quase 26 mil se inscrevem para disputar 400 vagas temporárias no IBGE
Segundo o instituto, foram homologadas 25.787 inscrições, uma relação de 64,4 candidatos por vaga
Quase 26 mil pessoas se inscreveram para disputar 400 vagas temporárias oferecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a realização do Censo 2020. Eles concorrerão a vagas com salários de R$ 4.200 por mês.
Segundo o instituto, foram homologadas 25.787 inscrições, uma relação de 64,4 candidatos por vaga. Mais da metade deles (12.897) disputará uma das 142 vagas com formação em Gestão e Infraestrutura, o que dá uma relação de 181,6 candidatos por vaga.
Realizado a cada dez anos com o objetivo de traçar um perfil da população brasileira, o Censo é a maior operação do IBGE, envolvendo visitas a cerca de 71 milhões de domicílios em 5570 municípios. O IBGE realizará outros quatro concursos e a previsão inicial previa a contratação de até 230 mil pessoas para a pesquisa.
A preparação do Censo vem sendo alvo de embates entre técnicos do instituto e o governo Jair Bolsonaro, que determinou cortes no orçamento da pesquisa. No início de julho, o IBGE divulgou questionários mais enxutos que em anos anteriores, gerando protestos entre técnicos e especialistas.
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Os candidatos ao concurso do IBGE disputam vagas de analistas censitários. Serão responsáveis por coletar e processar as informações da população brasileira. As posições estão distribuídas entre 20 carreiras de nível superior e em todas as unidades da federação.
As provas serão realizadas no dia 1º de setembro e as convocações ocorrem a partir do dia 27 do mesmo mês. Entre setembro e dezembro, o IBGE realiza uma etapa experimental de coleta de informações no município de Poços de Caldas (MG).
Lá, serão testados pela primeira vez os novos questionários anunciados em julho. O questionário básico, aplicado a 90% dos domicílios, terá 25 questões, oito a menos do que o aplicado em 2010. O completo teve o número de perguntas reduzido de 112 para 76.
Os cortes foram questionados por técnicos e especialistas pela possibilidade de perdas de informações em temas como imigração e trabalho. Em junho, cinco gestores do IBGE pediram exoneração de seus cargos por divergências com a gestão de Susana Cordeiro Guerra, indicada para presidir o instituto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O IBGE diz que os cortes têm o objetivo de melhorar a qualidade das respostas e que eventuais perdas podem ser compensadas com outras fontes de informações, como registros administrativos (da Polícia Federal, por exemplo) e outras pesquisas do instituto.