Economia

Redes sociais é aliada dos negócios durante pandemia

Ter um site preparado, um bom canal de atendimento, pode colocar o empresário à frente da concorrência

E foi usando a criatividade que a dona da loja de moda feminina Poás, Cristina Barbosa, encontrou uma forma de driblar a criseE foi usando a criatividade que a dona da loja de moda feminina Poás, Cristina Barbosa, encontrou uma forma de driblar a crise - Foto: Ed Machado/Divulgação

Diante da pandemia do novo Coronavírus que já deixou quase 3 milhões de confirmados com a doença e que já matou 200 mil pessoas ao redor do mundo, a economia global ficou estagnada. Com isso, diversos setores considerados não essenciais estão de portas fechadas sofrendo com danos no fluxo de caixa das empresas. Por isso, ter criatividade e encontrar formas de lidar com pandemia, vão ditar se aquela empresa pode ou não fechar as portas de vez.

Com disso, há que se pensar em estratégias para que esses e outros negócios consigam manter as atividades em funcionamento, mas sempre respeitando o decreto estadual para manterem-se fechados. “Para quem já tem um negócio e se vê diante desse desafio da crise do Coronavírus, uma possibilidade é redirecionar as atividades. Uma das principais questões é a inclusão no meio digital. Hoje em dia, não dá mais para imaginar nenhum negócio sem inserção no mundo digital”, explica o gerente do Sebrae-PE na RMR, Alexandre Alves.

Ainda de acordo com ele, algumas atitudes podem ajudar o empreendedor neste momento de crise. “Organiza teu site, potencializa a capacidade de atender nas redes sociais. Além disso, estuda a possibilidade de implementar modelos de entrega com praticidade e agilidade ao cliente. Esses são pontos fundamentais que o negócio precisa ter para adequar-se a este novo formato”, complementa.

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Para Alves, tudo indica que mesmo com a retomada das atividades empresariais, a questão do digital veio para ficar de fato. “As pessoas já vinham experimentando isso como um dos principais canais de atendimento e ampliaram sua capacidade de utilizar a rede como um vínculo dos clientes com as empresas”, detalha.

Para quem não tem um negócio e pretende empreender neste momento ou posterior a crise da Covid-19, existem alguns pontos a serem considerados. “É fundamental para o negócio já nascer no formato e perspectiva de atendimento considerado digital. O empreendedor precisa repensar os modelos tradicionais de atendimento. Deve haver essa visão do empresário para que a empresa já tenha perspectiva de atender os clientes dentro das experiências que o consumidor tem nos dias atuais, como praticidade e agilidade”, ressalta.

Passado essa fase de organização no mundo digital, é preciso pensar em como vender seus produtos. Montar um site e gastar uma alta quantia num momento de pandemia pode ser algo inviável. “Sobre o que o empreendedor deve vender e ofertar, hoje existe uma opção no mercado chamada ‘Market Place’. É uma grande plataforma onde você pode ofertar os seus produtos e comercializá-los por meio de uma estrutura já existente de uma grande rede. No brasil existe essa estrutura onde você pode associar-se a este ‘Know How’ de como comercializar seus produtos”, conta.

Segundo Alves, hoje os empresários estão mais preocupados em montar o site e ter uma estrutura consolidada. No entanto, com a estrutura do Market, você pode procurar a mais viável com condições mais interessantes. “É um grande canal de comercialização de produtos. Mas também é preciso ter seu diferencial, então é uma questão a ser considerada tanto para quem já tem um negócio como para quem quer abrir”, acrescenta.

Com isso, os pequenos negócios são os que mais vêm sofrendo com a crise. É que eles têm uma capacidade menor de acumular uma reserva de dinheiro para lidar com eventuais crises. Isso acontece em razão do tamanho do negócio. Por outro lado, é importante salientar que essas Micro e Pequenos Empresas (MPE) são responsáveis por 99% das empresas do país. Somente em Pernambuco, são 506 mil MPE responsáveis por empregar quase metade (48,87%) dos pernambucanos.

“As empresas de pequenos porte, normalmente tem uma grande facilidade de se adaptarem às mudanças. Por sua vez, na medida em que são menores, têm menos funcionários. Com isso, as MPE procuram alternativas e ficam expostas ao risco de perder o foco, tendo em vista que explorar uma atividade desconhecida pode tornar-se um problema”, afirma. Além disso, como ainda não se sabe o resultado do comportamento futuro da economia, pós-crise, o momento é de cautela. “É preciso não criar grandes expectativas e investimentos nesse momento e sim, preparar-se para quando tudo voltar, otimizando e planejando a empresa para o momento futuro. É necessário entender que o digital veio para ficar, seja lá para o novos negócios como os antigos negócios”, ressalta Alves.

Criatividade e oportunidade andam juntas na crise
Diante de todas as dicas, para quem já tem um negócio é importante ser criativo durante a pandemia. É preciso então analisar qual objetivo da empresa, a expertise e conhecimento do modelo de negócio. “A partir disso, você pode diversificar e de repente, pode descobrir que seu negócio é outro. Por sua vez, exige planejamento. Não pode sair testando sem saber, porque pode criar um outro problema e perder o foco do negócio daquela atividade inicial. É preciso aliar criatividade e oportunidade”, explica Alexandre Alves.

“Ficar atento as oportunidade que o mercado está oferecendo pode lhe ajudar a revisar o modelo do negócio”, acrescenta. E foi assim que a sócia-proprietária da FAG Bolsas e Acessórios, Fernanda Custódio fez com a sua empresa. Ela enxergou em meio a pandemia uma oportunidade de não fechar as portas e ainda ser solidária. A empresa de moda autoral pernambucana atua no mercado desde 1991. Vendia em feiras de rua, mas depois que chegou a crise do novo Coronavírus, eles se viram desamparados e com medo de fechar as portas.

A FAG já possuía então alguns produtos fabricados com o tecido TNT e em meio a pandemia decidiram fazer máscaras para não perder a empresa. “Estávamos zerados de receita. Pela internet, vendemos, mas não tanto como presencialmente. Depois que começamos a fabricar as máscaras conseguimos manter o negócio e os funcionários”, conta. Segundo ela, o lucro das máscaras é pequeno, mas conseguiu manter os três funcionários e chegou a contratar mais cinco para ajudar na demanda. Ainda de acordo com Fernanda, 10% do total das vendas são revertidas em doações para instituições.

Quem também enxergou uma oportunidade e usou a criatividade foi o proprietário da I9 Lab, Alexandre Ruiz. A empresa desenvolvia produtos com corte laser, 3D entre outros. Durante a pandemia, ele percebeu que precisava encontrar uma alternativa para ganhar dinheiro. Foi aí que leve um insight para fabricar protetores faciais. “Vi a oportunidade e que minhas máquinas podiam reproduzir os protetores. Fiz o experimento e deu certo em nosso primeiro trabalho à Prefeitura do Recife. Foi uma forma de diminuir os impactos”, conta. Além disso, a empresa também fabrica umas barreiras para proteção para minimizar o contato entre as pessoas. Ruiz ainda revela que o faturamento da empresa deve crescer e que já contratou cinco funcionários temporários por conta da demanda.

Criatividade é então o forte de muitos brasileiros que procuram uma forma de se adaptarem nos períodos difíceis. E foi usando a criatividade que a dona da loja de moda feminina Poás, Cristina Barbosa, encontrou uma forma de driblar a crise. A empresa lançou um voucher de compra em dobro com entrega delivery.

A iniciativa do voucher funciona assim: a cliente poderá comprar um voucher a partir de R$ 100 e receberá o dobro do valor para compras quando este momento difícil terminar. Por exemplo, se comprar um voucher de R$ 200, vai receber R$ 400. A cliente poderá utilizar o crédito na próxima coleção (roupas e acessórios), que será lançada quando a Poás voltar às atividades regulares.“Além dos benefícios dos descontos online, a Poás está com uma super novidade para as queridas clientes. Pra gente, a confiança delas vale o dobro. Elas ajudam a passarmos por tudo isso e continuarmos juntas logo mais”, afirma Cristina Barbosa.

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