Economia

São João ainda não anima o comércio

A CDL prevê alta de 3% no movimento para as festas juninas, mas os comerciantes estão preocupados

Valéria e José esperam uma reação na véspera dos festejosValéria e José esperam uma reação na véspera dos festejos - Foto: Ed Machado

Faltam 16 dias para o São João e a data ainda não anima os comerciantes do Centro do Recife. Apesar de a perspectiva da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) ser positiva para este ano, com crescimento de 3% em relação a 2016, os vendedores precisam driblar os efeitos da crise para sobreviver ao cenário adverso. O jeito é ceder às pechinchas, diversificar os produtos nas lojas e brigar contra a conjuntura atual. "Sei que a situação está difícil, mas precisamos lutar para que, em algum momento, esse resultado positivo chegue", afirma o comerciante Diego dos Santos, 24 anos.

O otimismo do jovem vendedor cai por água abaixo após ser questionado sobre as expectativas de vendas para a data. "As piores possíveis. Estou trabalhando desde o dia 20 e, até agora, só vendi 50 vestidos juninos", afirmou, destacando que o estoque passou de mil vestidos. Para Santos, o São João não tem capacidade de tirar o atraso das perdas financeiras dos últimos anos. "As pessoas só compram vestidos para as crianças e isso dificulta as vendas", lamenta.

Já para a o casal Valéria Pimentel, 53 anos, e José Edmilson Vitorino, 54 anos, a data é vista com alívio. "Passamos o ano vendendo itens de papelaria e o negócio não tem dado resultado. Por isso, e para não termos tantas perdas, colocamos produtos juninos na loja", disse Vitorino. Essa foi a alternativa encontrada para enfrentar a queda de 30% nas vendas dos últimos anos. "Mesmo assim, avalie, o momento está franco", frisa, acrescentando apostar todas as fichas naproximidade da festa.

De acordo com a também comerciante Laura de Oliveira, 75 anos, pessimismo não combina com quem precisa enfrentar o mercado diariamente. "Precisamos vender e, se preciso for, baixamos o preço. Só não deixamos o cliente ir embora", revela.

Mesmo assim, Laura reconhece que a situação não é nada fácil e que, para não piorar, precisou enxugar o quadro de funcionários. "Tínhamos 27 empregados a mais nessa época. Hoje, não passam de três", contou.

Na avaliação do economista da Fecomércio, Rafael Ramos, os resultados não foram bons até aqui, mas tudo pode mudar. "Até porque o Dia dos Namorados pode se revelar com um excelente termômetro para a época. Apesar de a inflação ter recuado, o número de desempregados se manteve. No entanto, existe a intenção de presentear, desde que o custo não seja alto", avaliou. Para o presidente da CDL,

Eduardo Catão, a abertura do Centro do Recife aos domingos pode contribuir para alcançar resultados positivos, como espera.

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