Setor sucroenergético está otimista com a safra
A expectativa é de produzir 51,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no período de 2019/2020. Na safra anterior, o resultado foi de 48 milhões de toneladas
As condições climáticas do Nordeste indicam uma melhor safra de cana-de-açúcar para o período de 2019/2020. A previsão é que a região produza 51,1 milhões de toneladas nesta safra - perspectiva de números melhores, já que a safra 2018/2018 foi de 48 milhões de toneladas. Esse é o levantamento feito pela INTL FCStone, que apontou um maior destino de etanol para este período.
A previsão é que 57,1% da cana-de-açúcar do Nordeste seja destinada para o etanol (o que equivale a 2,25 milhões de metros cúbicos [m³]). A outra parcela, de 42,9%, será destinada para produção de açúcar, relativa a 2,74 milhões de toneladas. “Existe uma condição climática mais favorável. E, nos últimos dois anos, estamos vendo o etanol ganhando mais importância no setor. Isso em virtude da nova política do RenovaBio e da queda nos preços do açúcar no mercado mundial”, explicou o consultor em gerenciamento de crise, João Moura, em evento que discutiu a safra do Nordeste, ontem, no JCPM Trade Center. O RenovaBio é um programa criado pelo Governo Federal para incentivar a produção e o consumo de biocombustíveis.
Essa condição de declive no preço do açúcar se deu pelo aumento de produção do açúcar na Índia, um dos principais players de açúcar no mundo. Com isso, o produto ficou bastante ofertado. No entanto, o especialista afirma que esse mercado pode ser alterado em breve.
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“O desenho para esta safra no mundo, de outubro deste ano a setembro de 2020, é de um déficit mundial de açúcar. Uma perspectiva de alta nos preços do produto no mercado mundial. Isso porque a estimativa é de uma quebra de safra na Índia. Eles são extremamente dependentes da irrigação e do período de chuva. No entanto, houve excesso de chuva, bastante inundações, e isso prejudicou a produção”, explicou Moura, ao complementar que o mercado já começou a antecipar o movimento da safra.
Etanol americano
Sobre a liberação que o Governo Federal autorizou de um aumento de 150 milhões de litros de etanol americano para entrar sem imposto no Brasil, o especialista afirma que o impacto dessa cota vai impulsionar o preço, puxando ele para baixo. “Se a cota existir como o Governo anunciou, vai entrar mais etanol, com isso, aumenta a competitividade. Isso baixa o preço do etanol. Se houver uma nova medida de colocar o etanol apenas na entressafra da cana no Nordeste, pode ser que limite a queda do preço e trazer fortalecimento de preço em virtude de maior demanda”, avaliou Moura.