Sindaçúcar-PE apresenta novo shiploader no Porto do Recife
Com um investimento de R$ 13 milhões, equipamento foi projetado para ampliar a eficiência no transporte do açúcar, que sai do terminal, para abastecer os navios cargueiros
Um novo equipamento de carregamento de navios foi apresentado pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) no Porto do Recife, neste sábado (6).
Com um investimento de R$ 13 milhões, o shiploader foi projetado na China e fabricado em Jaboatão dos Guararapes pela empresa Máquinas Piratininga.
O equipamento foi pensado para ampliar a eficiência e agilidade no transporte do açúcar, que sai do terminal açucareiro para abastecer os navios cargueiros.
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O presidente do Sindaçúcar-PE, que também é presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, avalia que o investimento no terminal portuário do Recife é um dever para promover mais eficiência e notoriedade ao estado. De acordo com o executivo, o novo shiploader atualiza e promove a logística local.
“É um investimento de vanguarda, com um shiploader moderno, com mais eficiência, menos tempo de demora para a entrega do navio, fazendo uma interconexão melhor entre os guindastes de terra e o próprio navio, mostrando sempre uma atualização da logística de Pernambuco, estado polo do Nordeste”, explicou o presidente.
Renato Cunha e Marcelo Guerra, presidente e superintendente do Sindaçúcar, afirmam que o equipamento atualiza e promove a logística local. | Foto: Felipe Ribeiro/Folha de PernambucoCom uma exportação média de 400 mil toneladas de açúcar por safra, o Porto do Recife recebe o produto não somente de Pernambuco, mas também da Paraíba, do Rio Grande do Norte e, em algumas ocasiões, do Norte de Alagoas e de outros estados do Nordeste, segundo o superintendente do Sindaçúcar-PE, Marcelo Guerra. Ele destacou que o novo equipamento vai permitir que o terminal volte a performar o embarque de mil toneladas de açúcar por hora.
“Todo o açúcar a granel de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, é armazenado e embarcado através do terminal açucareiro, que é todo automatizado, não tem nenhum manuseio. Temos uma capacidade estática de 170 mil toneladas, uma capacidade de recepção de 500 toneladas por hora e a expedição de mil toneladas por hora”, pontuou.
Agilidade
Já o diretor da Usina Cucaú, do Grupo EQM, Paulo Júlio de Mello, enfatizou que o equipamento é bastante moderno, fabricado no estado de Pernambuco, incorporando tecnologia de última geração. O diretor registrou ainda a agilidade no projeto, produção, instalação e substituição do equipamento.
Segundo Paulo Júlio, a mudança pode projetar melhor a imagem do estado no âmbito do comércio mundial de açúcar.
“Isso vai fazer com que o mercado internacional possa olhar para Pernambuco com um olhar mais atrativo em função da velocidade de carregamento de açúcar e do potencial desse novo equipamento. Quanto menos tempo o navio fica no porto, ele paga um prêmio a quem está exportando pelo tempo que economizou. Se o tempo ultrapassar, você paga uma despesa. Então é interessante acelerar a velocidade para melhorar a eficiência de embarque e ter um resultado financeiro em relação a essa velocidade”, expôs Melo.
Paulo Julio, Gerente de Negócios do grupo EQM. |Foto: Felipe Ribeiro/FolhaPEExportação
De acordo com Renato Cunha, a expectativa é que sejam produzidos em torno de 1,2 milhão de toneladas de açúcar, desse montante, 400 mil devem ser enviados aos Estados Unidos, Europa, Norte da África e ao Leste europeu. Os números são similares à safra passada, de acordo com o executivo.
O setor sofre, no entanto, com a desvalorização da commodity, que já acumula uma queda de preço próxima a 30%. As tarifas impostas pelo governo estadunidense sobre produtos brasileiros também têm afetado a rentabilidade das exportações.
“A safra não é convidativa no aspecto de preços. Temos uma grande preocupação. As usinas fazem um grande dever de casa, tentando eliminar custos desnecessários, mas mantendo a base do negócio, mantendo a empregabilidade. Apesar dos imprevistos, como foi o recém-tarifaço americano que o Sindaçúcar, por meio de suas associadas e com a ajuda de pessoas em Brasília, está tentando eliminar e remover essas tarifas que foram impostas de forma imprevisível”, declarou Cunha.
Shiploader - Equipamento foi pensado para ampliar a eficiência e agilidade no transporte do açúcar. | Foto: Felipe Ribeiro/Folha de Pernambuco
Ainda de acordo com o presidente do Sindaçúcar-PE, a expectativa é que sejam feitas novas negociações nos próximos dias para que o açúcar tenha a tarifa de 50% reduzida. Além disso, é esperado que a cota brasileira de exportação com tarifa zero tenha isonomia em relação à cota dos demais países que exportam para os Estados Unidos.

