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Economia

Sobradinho terá vazão reduzida

A Chesf recebeu autorização para diminuir a vazão de 800 m3/s para 700 m3/s. Medida vale até janeiro

José Patriota (PSB), presidente da AmupeJosé Patriota (PSB), presidente da Amupe - Foto: Mandy Oliver/Folha de Pernambuco

 

A Agência Nacional de Aguás (ANA) autorizou a Companhia Hidrelétrica de São Francisco (Chesf) a reduzir gradativamente de 800 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 700 m3/s a vazão das barragens de Sobradinho e Xingó, no Rio São Francisco.

Com a medida, válida até 31 de janeiro de 2017, os reservatórios irão funcionar com o menor volume já adotado da história. “Em detrimento da falta de chuvas na região da bacia do São Francisco, a Chesf ganhou essa autorização para operar com uma vazão reduzida, cuja finalidade crucial é poupar o pouco de água que se tem nesses reservatórios”, explica o diretor de operações da Chesf, João Henrique Franklin.
Se por um lado é essencial que os reservatórios sejam devidamente poupados, por outro, especialistas afirmam que os impactos hidroambiental, social e econômico são ainda mais graves. “Hoje, com a vazão como esta, já temos problemas de abastecimento em dois estados, Alagoas e Sergipe, decorrentes da cunha salina, quando o rio não tem força de levar água ao mar, fazendo com que o mar entre no rio”, destaca o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira.
De acordo com ele, o meio ambiente é usuário, logo, precisa ser levado em conta nessas reduções. “Precisamos saber concretamente quais os impactos causados. A solução que tínhamos cobrado seria um planejamento com o setor elétrico, contendo novas regras claras a médio e longo prazo de operação dos reservatórios para evitar uma ação como esta apenas em períodos de crise”, explica.
Hoje, Sobradinho está com 7% de sua capacidade total de 34,1 bilhões de m3 de água.
Apesar da resolução da ANA, na próxima segunda-feira, representantes de diversas instituições ligadas ao setor, entre eles, o CBHSF e Chesf, se reúnem para discutir os impactos da medida e quando poderá ser implementada a redução das defluências dos reservatórios de Sobradinho e Xingó para 700 m3/s.

 

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