Tailandeses compram unidade da M&G em Suape
Empreendimento vai passar para as mãos da tailandesa Indorama Ventures.
Candidato a maior polo integrado de resinas de poliéster das Américas, o Complexo Petroquímico de Suape (CPS) não será mais administrado por companhias brasileiras. É que, seguindo o exemplo da Petrobras, que vendeu a Petroquímica Suape e a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) para a mexicana Alpek, a M&G Polímeros decidiu se desfazer da fábrica que mantém no Litoral Sul do Estado. O empreendimento vai passar para as mãos da tailandesa Indorama Ventures.
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O valor da operação não foi informado ao mercado, mas deve ser usado para sanar desequilíbrios financeiros da M&G. Afinal, a companhia entrou em recuperação judicial na Itália e nos Estados Unidos no ano passado. O Sindicato da Indústria Têxtil de Pernambuco (Sinditêxtil-PE), por sua vez, garante que esta questão não afeta a rentabilidade da fábrica pernambucana. “Esta é uma boa fábrica, que opera com toda a sua capacidade. A M&G não realizou a venda porque a fábrica estava ruim. Ao contrário, do ponto de vista local, a empresa não enfrenta problemas. Por isso, a venda até garante que as dificuldades não vão chegar por aqui”, declarou o presidente do Sinditêxtil-PE, Oscar Rache, acrescentando que a Indorama é uma “grande” empresa que deve garantir o bom funcionamento da operação.
Em comunicado enviado ao mercado, a Indorama afirmou que "esta aquisição no Brasil está em linha com a estratégia da Companhia de ampliar a liderança no mercado e expandir sua presença global nos principais mercados de PET com alto potencial de crescimento", destacando que "a América do Sul é um importante mercado emergente com demanda doméstica de resina PET apresentando um crescimento em torno de 5%". A companhia ainda afirmou que a aquisição fortalece a sua liderança no mercado mundial de resina PET. Afinal, possibilita que a empresa já chegue ao mercado brasileiro com a posse da maior instalação de PET do País - a fábrica de Suape tem capacidade para produzir 550 mil toneladas de resina por ano e ainda se beneficia da proximidade da Petroquímica Suape, que lhe fornece matéria-prima.
A venda, no entanto, ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Assim como fez com a Petroquímica e a Citepe, o Cade deve analisar se a operação não fere o princípio de competitividade, gerando concentração excessiva no setor. Por isso, a Indorama espera que a transação só seja concluída nos próximos três meses. A Alpek, por exemplo, teve a compra da Petroquímica Suape e da Citepe aprovadas em fevereiro, mas ainda não assumiu o comando das companhias.