TCU pode aprovar privatização de Congonhas nesta quarta (1º); governo corre para fazer leilão
Tribunal vai analisar lote que conta com uma série de outros aeroportos, inclusive Jacarepaguá (RJ)
Pressionado pelo governo, o Tribunal de Contas da União (TCU) pode aprovar nesta quarta-feira (1º) a concessão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, considerado a joia da coroa dos terminais brasileiros. O plano do Ministério da Infraestrutura é lançar o edital já na próxima semana, caso obtenha o aval da Corte e realizar o leilão até 15 de agosto para evitar que o certame seja contaminado pelo ambiente das eleições de outubro.
Para isso, o governo quer encurtar em um mês o prazo da realização do leilão, que tem sido de 90 dias, a partir da publicação do leilão no Diário Oficial da União.
Segundo interlocutores, o parecer do ministro relator, Walton Alencar, que será apresentado no plenário é favorável à concessão de Congonhas, apesar das incertezas no campo político. Mas há um entendimento do próprio governo de que em caso a análise atrase no TCU, seria arriscado realizar o certame em setembro.
Ainda não se sabe se o ministro Vital do Rêgo, que votou contra a privatização da Eletrobras no TCU, vai pedir vista do processo da concessão aeroportuária. A expectativa, contudo, é positiva porque o modelo de concessão do setor passou por aperfeiçoamentos, desde 2012, tendo incorporado várias recomendações do Tribunal.
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Além de Congonhas, que será leiloado em conjunto com dez terminais de Minas, do Pará e Mato Grosso do Sul, o bloco terá outros dois blocos: do Norte, com os aeroportos de Belém e Macapá e da aviação geral, formado por Jacarepaguá (RJ) e Campo de Marte (SP).
O lance mínimo pelo bloco de Congonhas está fixado em R$ 255 milhões e os investimentos em R$ 5,8 bilhões, sendo R$ 3,4 bilhões só no aeroporto paulista. O governo espera, contudo, disputa e elevação deste lance.
Apesar das incertezas relativas às eleições presidenciais, técnicos do governo afirmam que há uma dezena de interessados, inclusive operadores que ainda não atuam no país, como o grupo francês ADP e operadores de aeroportos ingleses.
Aeroporto de Natal
O governo, no entanto, pode ser derrotado no TCU em relação à relicitação do aeroporto São Gonçalo do Amarante (RN). O relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, deverá seguir a área técnica do TCU que manda suspender a licitação até que seja concluído o cálculo final da indenização pelos investimentos realizados pelo concessionária, o grupo argentino Inframérica.
O plano do Ministério da Infraestrutura era realizar o leilão antes do fechamento desse cálculo, previsto para o fim deste ano. Há ainda um agravante, o lance mínimo do aeroporto só cobre metade dos investimentos realizados da ordem de R$ 500 milhões. Neste caso, a União terá que complementar o valor se não houver ágio.
A relicitação do aeroporto também foi incluída na pauta de julgamento. O entendimento do TCU pode comprometer os plano do governo de relicitar o Galeão em 2023.