Dom, 07 de Dezembro

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NEGÓCIOS

Títulos da Argentina sobem após notícia sobre ajuda de até US$ 40 bi dos EUA

De acordo com a imprensa argentina, o secretário do Tesouro americano estaria preparando um pacote mais robusto que os US$ 20 bilhões inicialmente anunciados

Bessent está elaborando uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões, que complementaria a linha de swap cambial do mesmo valor já anunciadaBessent está elaborando uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões, que complementaria a linha de swap cambial do mesmo valor já anunciada - Foto: Saul Loeb/AFP

Os títulos soberanos da Argentina subiram nesta quarta-feira após reportagens indicarem que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, estaria preparando um pacote de ajuda financeira de US$ 40 bilhões para o governo de Javier Milei.

Os títulos com vencimento em 2035 subiram quase dois centavos, sendo negociados acima de 59 centavos por dólar, segundo dados indicativos de preços compilados pela Bloomberg.

O peso argentino apagou as perdas anteriores e era negociado estável, a 1.360 por dólar.

Segundo o site Semafor, Bessent está elaborando uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões, que complementaria a linha de swap cambial do mesmo valor já anunciada.

Enquanto isso, o Axios informou que Bessent disse à imprensa que o Tesouro voltou a comprar pesos argentinos no mercado à vista.

— Estamos trabalhando em uma linha de crédito de US$ 20 bilhões, que seria complementar à nossa linha de swap de moedas, com bancos privados e fundos soberanos, e que acredito estar mais voltada para o mercado de dívida — afirmou Bessent a jornalistas em Washington, segundo declarações reproduzidas pela imprensa local.

— Portanto, isso totalizaria US$ 40 bilhões para a Argentina — explicou o secretário americano.

Sobre essa ajuda complementar, Bessent esclareceu que “trata-se de uma solução do setor privado para os próximos pagamentos da dívida da Argentina”.

— Muitos bancos estão interessados nela, e muitos fundos soberanos manifestaram interesse em participar. Na verdade, temos trabalhado nisso há semanas — disse Bessent durante a mesa-redonda com jornalistas, segundo publicou o La Nacion.

O swap de moedas entre o Tesouro e o Banco Central (BCRA) poderia ser respaldado pelas reservas norte-americanas em Direitos Especiais de Saque (DES), ativo de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa era uma opção que já havia sido colocada sobre a mesa pela diretora-gerente do organismo, Kristalina Georgieva, que mantém diálogo com Bessent sobre a situação argentina.

— Uma vitória implicaria manter um nível de bloqueio sobre qualquer política negativa, para que o Presidente possa vetá-las. Portanto, não se trata de uma questão eleitoral, mas de uma questão política. A Argentina terá o respaldo dos Estados Unidos enquanto continuar com essas políticas — afirmou o secretário do Tesouro, o principal articulador das negociações com a equipe econômica argentina para concretizar o pacote de socorro financeiro.

De acordo com o La Nacion, o próprio Milei repercutiu em suas redes sociais os anúncios de Bessent e compartilhou publicações alusivas ao novo apoio do secretário do Tesouro.

Os comentários de Bessent serviram como um novo alívio para os ativos argentinos, que vinham sendo pressionados desde terça-feira, quando o presidente Donald Trump pareceu condicionar a ajuda ao país à vitória do partido de Milei nas eleições legislativas de 26 de outubro.

Os ministros de Milei insistem que o governo conta com o apoio dos EUA até o fim do mandato, em 2027, mas Trump tem feito pouco para esclarecer a questão.

Bessent afirmou na semana passada que a linha de swap de US$ 20 bilhões já estava garantida, embora o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, tenha reconhecido na terça-feira, em entrevista à imprensa em Washington, que os detalhes ainda estão sendo finalizados.

Nesta quarta-feira, Caputo voltou a afirmar que os Estados Unidos mantêm seu compromisso com uma linha de swap de US$ 20 bilhões com seu país, independentemente do resultado das eleições legislativas deste mês na nação sul-americana.

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