Venezuela inicia oferta pública de criptomoeda respaldada em petróleo
O Parlamento venezuelano, de maioria oposicionista, declarou nulo o decreto da emissão da criptomoeda pois, como alegou, se trata de uma moeda "ilegal"
O ministro de Educação Universitária, Ciência e Tecnologia da Venezuela, Hugbel Roa, anunciou nessa quarta-feira o início da oferta pública do petro, a criptomoeda lançada pelo governo e que tem as reservas nacionais de petróleo como lastro. "Já começou a IPO (oferta pública inicial) Petro", disse no Twitter o ministro, sem dar mais detalhes.
A Agência Venezuelana de Notícias (AVN) informou que a pré-venda do petro fechou ontem, depois de um mês, e alcançou valor superior a US$ 5 bilhões em intenções de compra.
"Esse processo contou com a participação de 127 países, entre eles o Afeganistão, a Argentina, o Brasil, a Bolívia, o Equador, a Rússia, o Chile, a Colômbia, Coreia do Sul, Cuba, a Espanha, os Estados Unidos, a França, o Japão e a China", disse a AVN.
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O Parlamento venezuelano, de maioria oposicionista, declarou nulo o decreto da emissão da criptomoeda pois, como alegou, se trata de uma moeda "ilegal" que viola a Constituição. A Câmara também rejeitou a pré-venda e alertou os potenciais compradores sobre a "ilegalidade".
Na declaração, o Legislativo citou artigos da Constituição e de leis vigentes no país, segundo os quais é proibido usar as reservas nacionais como garantia, como ocorre com o petro que, de acordo com o governo de Nicolás Maduro, terá como lastro 5 bilhões de barris de petróleo, além de outros minerais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que proíbe aos cidadãos do país "todas as transações" com "qualquer moeda digital" emitida pelo governo venezuelano.