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Calderano é derrotado em final inédita para tênis de mesa

Hugo se tornou primeiro brasileiro a chegar à final individual de uma etapa Platinum do Circuito Mundial

Calderano vem acumulando resultados expressivosCalderano vem acumulando resultados expressivos - Foto: Hussein Sayed/ITTF

O atleta brasileiro de tênis de mesa Hugo Calderano foi derrotado na manhã deste domingo (11) pelo chinês Fan Zhendong, pelo placar de 4 sets a 0 (parciais de 11/13, 10/12, 7/11 e 7/11), na final do Aberto do Qatar, na cidade de Doha.

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O resultado, porém, não diminui o feito histórico do mesa-tenista, primeiro brasileiro a chegar à final individual de uma etapa Platinum do Circuito Mundial, que equivaleria ao Grand Slam do tênis. Em 2015, também no Qatar, o próprio Calderano levou a prata no torneio de duplas, ao lado de Gustavo Tsuboi.

O brasileiro, que iniciou a competição como 15º no ranking mundial –melhor colocação de um latino americano na história–, derrotou pelo caminho três atletas melhores colocados que ele: o alemão Timo Boll, primeiro do ranking, o japonês Tomokazu Harimoto, 12º, e o chinês Lin Gaoyuan, na quarta posição.

Neste domingo, Calderano começou bem a partida e abriu cinco pontos de vantagem sobre Zhendong no primeiro set, fazendo 7/2. O chinês se recuperou, mas o brasileiro ainda teve a chance de fechar o set, que acabou desperdiçando.

Na segunda parcial, a história se repetiu. Calderano chegou a ter vantagem de três pontos, mas novamente não conseguiu fechar o set, quando liderava por placar de 10/9. Depois disso, o chinês comandou com folga as duas parciais seguintes e garantiu o ouro na competição.

Esta é a segunda vez no ano em que Calderano enfrenta Zhendong, medalha de prata no campeonato mundial de 2017 e segundo colocado no ranking. Na primeira, que ocorreu na semifinal do Aberto da Hungria, em janeiro, o brasileiro também foi derrotado, por 4 sets a 1, ficando com o bronze na competição.

CARREIRA Hugo Calderano vem acumulando resultados expressivos e conquistas inéditas para o Brasil no esporte nos últimos anos. Desde 2014, ele joga pelo Ochsenhausen, clube da cidade alemã de mesmo nome.

Em 2016, conquistou uma medalha de prata na modalidade individual no Aberto da Áustria e um ouro em duplas no Aberto da Suécia, com Gustavo Tsuboi.

Antes, já havia sido medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim em 2014 –mesmos jogos em que Zhendong, seu rival neste domingo, sagrou-se campeão–, de ouro no Pan de Toronto-2015 e ficou nas oitavas de final da Olimpíada do Rio, igualando a melhor campanha do país nos Jogos Olímpicos, obtida em Atlanta-1996 por Hugo Hoyama.

Com as conquistas recentes, o grande desafio dos próximos anos para Calderano será a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Por isso, o técnico francês Jean-René Mounie, que se dividia entre vários atletas da seleção, deve trabalhar quase exclusivamente no aprimoramento do mesa-tenista.

Antes de investir no tênis de mesa, Calderano tentou a sorte no vôlei, chegando a jogar pela seleção de base carioca, e no atletismo, nos 100 metros rasos e no salto em distância.

Um exame de idade óssea realizado aos 11 anos, no entanto, o levou a descartar os outros esportes. O resultado do raio-x das mãos mostrou que ele chegaria a medir, no máximo, 1,86 m –baixo para uma carreira no vôlei e talvez alto demais para as provas de atletismo. Hoje, ele tem 1,82 m.

A partir do exame, todo o foco se voltou para o tênis de mesa, que Calderano pratica desde os dez anos. Sem incentivo, no início os pais precisaram investir do próprio bolso para ele viajar a competições internacionais. Teve tanto destaque que um emissário da federação internacional procurou a família para dizer que tinha interesse em apoiá-lo.

O próximo compromisso de Calderano ocorrerá ainda este mês no Aberto da Alemanha, outro torneio da etapa Platinum. O mesa-tenista jogará nas modalidades individual e em duplas, novamente ao lado de Gustavo Tsuboi.

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