Caminho das seleções em Tóquio se assemelha à Rio-2016
Enquanto os homens têm grupo mais difícil na primeira fase, as mulheres devem pegar pedreira nas quartas de final
Com o encerramento dos torneios pré-olímpicos de vôlei, ficaram definidas as seleções que estarão na disputa pelo título nos Jogos de Tóquio, entre os próximos meses de julho e agosto. Tanto no masculino quanto no feminino, a primeira fase conta com dois grupos compostos por seis equipes cada, das quais apenas as quatro melhores colocadas avançarão para o cruzamento de quartas de final.
No feminino, o Brasil aparece no Grupo A, ao lado de Japão, Sérvia, Coreia do Sul, República Dominicana e Quênia. O B, composto por China, Estados Unidos, Rússia, Itália, Argentina e Turquia, é o chamado “grupo da morte”. O cenário é favorável para a classificação brasileira ao mata-mata, porém acende um alerta por indicar um confronto mais duro nas oitavas.
A situação é semelhante ao que aconteceu nas Olimpíadas do Rio, em 2016, quando a seleção comandada por José Roberto Guimarães fez uma primeira fase com 100% de aproveitamento, sem perder um set sequer diante de Argentina, Camarões, Japão, Rússia e Coreia do Sul.
Nas quartas, pegou a China, quarta colocada em um Grupo B extremamente equilibrado, com Estados Unidos, Sérvia, Holanda e Itália brigando diretamente por classificação. O ritmo fez a diferença e as chinesas levaram a melhor por 3 sets a 2, vindo futuramente a conquistar o título do torneio.
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No masculino, a situação do Brasil é a oposta. O time de Renan Dal Zotto caiu no grupo mais complicado da primeira fase em Tóquio, o B, que tem ainda Estados Unidos, Rússia, França, Tunísia e Argentina. Do outro lado estão Japão, Polônia, Itália, Canadá, Irã e Venezuela.
O mesmo também aconteceu na Rio-2016, quando o Brasil disputou a classificação rodada a rodada com Itália, Canadá, Estados Unidos e França, passando apenas em quarto lugar. O elevado nível da primeira fase deu mais ritmo para enfrentar o mata-mata e a equipe deslanchou, superando Argentina e Rússia e faturando o título em cima da Itália por 3 sets a 0.
Em Tóquio, as disputas do vôlei têm início marcado para 25 de julho, um dia após a cerimônia oficial de abertura do evento. As finais estão previstas para os dias 8 e 9 de agosto. Antes dos Jogos, porém, os atletas ainda têm uma verdadeira maratona pela frente. O calendário da modalidade, inclusive, vem sendo alvo de fortes críticas por oferecer poucas brechas para descanso e competições com muitos e longos deslocamentos.
No momento, os brasileiros estão disputando campeonatos nacionais, no Brasil ou em equipes do exterior. A Superliga, principal certame de clubes do País e onde atuam a maioria dos atletas das seleções nacionais, termina em maio, mesmo mês no qual terá início a Liga das Nações (substituta da Liga Mundial e do Grand Prix).
Se no ano passado a Liga foi esvaziada porque muitas equipes pouparam seus principais atletas para disputas de pré-olímpico, em 2020 tem tudo para ser mais forte, já que será o último teste antes dos Jogos. No entanto, trata-se de um torneio muito desgastante, pois o formato exige que as seleções façam cinco semanas de Fase Classificatória, sendo casa uma em um país diferente, além da Fase Final.
Neste ano, a Liga feminina vai de 19 de maio a 18 de junho e a masculina acontece entre 22 de maio e 21 de junho. A seleção feminina terá duas etapas do Brasil (Cuiabá e Brasília) e depois jogará na China, Polônia e Coreia do Sul. Se for à final, retornará para a China. Os homens estrearão nos Estados Unidos, voltarão ao Brasil (Brasília), seguirão para Polônia e Irã e retornarão ao País (Campo Grande). Se forem à final, jogarão na Itália.
É praxe de todas as equipes mesclarem seus elencos durante o torneio para evitar o desgaste dos atletas, sobretudo neste ano, com uma Olimpíada prevista para apenas 20 dias após a Liga. Na Fase Final, contudo, será possível ver um desenho mais claro das equipes.
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