Clubes esnobam estádios “padrão Fifa”
Custo mais elevado para se jogar nas arenas ou identificação da torcida com o campo “caseiro” justificam decisões
Para justificar a escolha, dirigentes elencam fatores como o custo mais elevado para se jogar nas arenas da Copa ou a identificação da torcida com outros estádios. É o caso do ABC, de Natal. Recém-promovido para a Série B, o time manda seus jogos no Frasqueirão, pertencente ao próprio clube, em detrimento da Arena das Dunas, usada pelo principal rival do time, o América/RN.
A diferença entre os estádios é notória, a começar pela capacidade: aproximadamente 18 mil no Frasqueirão, contra 31 mil na Arena.
Rodrigo Salustino, vice-presidente executivo do ABC, minimiza a diferença na infraestrutura. “Temos todo o conforto necessário, apesar de não ter a sofisticação de uma arena moderna”, diz.
Os baixos públicos que o time leva para o estádio também pesam na decisão, porque fazem com que não compense o aluguel de um espaço maior, segundo o dirigente. Na semifinal da Série C de 2016, último jogo oficial do ABC em casa no ano passado, foram 7.335 pagantes no Frasqueirão, segundo a CBF.
Identificação
No Recife, o Santa Cruz e o Sport preferem mandar suas partidas fora da Arena Pernambuco. Atuam, respectivamente, no estádio do Arruda e na Ilha do Retiro. De acordo com Constantino Júnior, diretor de futebol do Santa Cruz, apesar de a diferença na infraestrutura pesar, já que o Arruda é 41 anos mais velho que a Arena Pernambuco, a identificação do clube com o local pesa mais.
“É uma questão histórica mesmo, o costume do torcedor com o nosso estádio”.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sport informou que a opção se deve a uma questão financeira e também pela relação do torcedor com a Ilha do Retiro.
Já a Arena Fonte Nova, em Salvador, está acostumada a receber o Bahia, mas não seu principal rival, o Vitória. O time rubro-negro baiano costuma mandar suas partidas no Barradão.
Segundo dirigentes, o clube tem maior potencial de retorno financeiro e técnico no seu estádio. O Vitória não descarta, porém, organizar jogos pontuais na Fonte Nova. O clube diz manter boa relação com os administradores do estádio da Copa de 2014.
Em relação ao Náutico, a diretoria do clube já manifestou a vontade de voltar a mandar seus jogos no Estádio Eládio de Barros Carvalho, os Aflitos. Mas, antes, precisa realizar um projeto de reestrutução da praça esportiva. Por isso, ainda ainda deve realizar jogos na Arena Pernambuco este ano, fazendo direto com o governo do Estado, uma vez que o contrato que tinha com O Consórcio Odebrecht, antigo administrador do estádio, foi rompido.
Maracanã
Em novembro do ano passado, o Flamengo fechou um acordo para mandar seus jogos no estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. O espaço pertence à Portuguesa/RJ e foi usado pelo Botafogo em 2016.
Fred Luz, diretor geral do time rubro-negro, no entanto, diz que a preferência do time é pelo Maracanã. O acordo com a Portuguesa carioca se deu como uma precaução. “Não sabemos o que vai acontecer com o Maracanã”, diz o dirigente flamenguista.
O palco da final da Copa de 2014 vive momento de indefinição. A Odebrecht, principal acionista da concessionária que administra o estádio, tenta vender sua parte no negócio e cogita devolver a arena para o Estado, que vive grave crise financeira. Caso isso aconteça, o governo deve fazer nova licitação.
De acordo com Luz, mesmo que o Flamengo acabe por conseguir usar o Maracanã, seria possível conciliar o uso dos dois estádios.
“O Maracanã é inadequado para jogos com menos de 20 mil pessoas”, afirma. Nesses casos, o clube mandaria os jogos no Luso Brasileiro, que será reformado.
Veja também

Handebol
Mundial de Handebol: Brasil perde para Hungria por 29 a 23
