COB demite um dos maiores salários da gestão de Nuzman
Sérgio Lobo estava na entidade desde 2002, ocupando os cargos de secretário-geral e diretor financeiro
Passando por mudanças desde o estouro das denúncias contra Carlos Arthur Nuzman, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou, nesta quarta-feira (1), a demissão do secretário-geral e diretor financeiro da entidade, Sérgio Lobo, que estava no Comitê desde 2002 e era um dos homens mais fortes da gestão de Nuzman, com a responsabilidade de tomar todas as decisões administrativas no órgão..
Era dele, inclusive, o salário mais alto do corpo de diretores executivos. De acordo com o site ESPN, Lobo recebia R$ 1.146.600,00 por ano, incluindo o 13º salário, o que corresponde a mais de R$ 88 mil mensais. A saída dele está relacionada com o corte de gastos feito pelo presidente Paulo Wanderley.
Além de Lobo, outro homem de confiança de Nuzman dentro do COB era Agberto Guimarães, que também recebe vencimentos que chegam a superar o repasse anual recebido por algumas confederações através da Lei Agnelo Piva. O Diretor de Esportes, no entanto, segue no Comitê.
Embora não seja alvo das investigações da Operação Unfair Play, Lobo foi citado durante o depoimento da secretária de Nuzman à Polícia Federal. Maria Celeste disse que Lobo tinha conhecimento de um e-mail de cobrança de pagamento pendente enviado por Papa Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, para Nuzman.
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Ex-presidente do COB por mais de duas décadas, Nuzman é investigado por participação em um esquema para compra de votos na eleição que definiu o Brasil como sede olímpica de 2016. Ele é citado como elo entre Lamine Diack, responsável por garantir os votos, e aliados do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em ações ilícitas. Nuzman está proibido de frequentar o COB e também o Comitê Organizador da Rio 2016.
Primeira saída
Lobo não foi o primeiro dirigente a deixar o COB após a saída de Nuzman. Em 9 de outubro, logo após a prisão do ex-presidente ter sido decretada, o general Augusto Heleno, ex-comandante das tropas do Exército brasileiro no Haiti, pediu demissão da entidade. Ele era o responsável por dirigir o Instituto Olímpico e o departamento de Comunicação e Educação Corporativa do COB. General Heleno havia chegado ao cargo por convite de Nuzman.
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