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Colombiano é o primeiro latino a vencer o Tour de France

Egan Bernal, 22, se tornou o primeiro latino-americano a vencer a prova em 106 anos. Fruto de uma geração de ouro da Colômbia

Colombiano Egan Berna venceu o Tour de France. Colombiano Egan Berna venceu o Tour de France.  - Foto: Marco Bertorello / AFP

Em um Tour de France que começou sem favoritos, a história foi feita. O colombiano Egan Bernal, 22, se tornou o primeiro latino-americano a vencer a prova em 106 anos.
Fruto de uma geração de ouro da Colômbia, ele batalhou etapa por etapa, disputou a liderança com o companheiro de equipe Geraint Thomas –vencedor de 2018, que terminou em segundo neste ano– e destruiu o sonho francês de ter seu campeão.

Egon conquistou o título antes da última etapa, que começou às 18h15 deste domingo (28) no horário da França (13h15 horário de Brasília)."Eu sinto que não é apenas meu triunfo, mas o triunfo de todo o país. Nós já tínhamos um Giro, uma Vuelta, mas nos faltava um Tour", disse Bernal, no sábado (27).

Em 2014, seu compatriota Nairo Quintana venceu o Giro de Itália. Venceu também a Vuelta a España, em 2016, mas não levou um Tour. Acabou em segundo em 2013 e 2015. As três provas formam o que se chama de "tríplice coroa" do ciclismo, as voltas mais tradicionais. Quintana –ou Nairito, como é conhecido no país– termina este Tour entre os dez melhores. Teve um desempenho aquém do esperado e foi questionado até pela própria equipe.

Ao jornal espanhol El País, na terça (23), o gerente da Movistar, Eusebio Unzué, disse que o ciclista não tinha mais o brilho de 2013 e 2015. "Nairo já deu o que tinha pra dar". Dois dias depois da declaração, Nairo provou o contrário. Atacou na montanha e venceu a etapa numa fuga solo, um minuto e meio à frente do segundo colocado, subindo no ranking. Outro colombiano, Rigoberto Urán, também termina o Tour no top 10.

A Colômbia tem se notabilizado no ciclismo de estrada, produzindo gerações de especialistas em montanhas, conhecidos por seus pulmões treinados na altitude do país. Foi justamente na montanha que Egan Bernal definiu sua vitória.

Na antepenúltima etapa, nos Alpes franceses, o jovem colombiano lançou um ataque no Col d'Iseran, a montanha mais dura da prova, ganhando tempo sobre o então líder Julian Alaphillipe, que não conseguiu reagir a tempo. A disputa protagonizou um dos momentos mais incomuns da história do Tour. Após ver Bernal se distanciando no ataque, Alaphillipe dependia da descida –uma de suas especialidades– para recuperar tempo. 

Mas ele não se recuperaria de outro tempo. Em meio à forte onda de calor que atinge a França, uma chuva de granizo massiva atingiu o trecho final da prova, interditando a rodovia e obrigando a direção a encerrar a etapa. 

Os tempos foram tomados no topo do Col d'Iseran e o emotivo Egan Bernal, que foi às lágrimas na coletiva de imprensa, dormiu de amarelo na sexta (26). No sábado (27), ele garantiu sua vitória novamente vendo Alaphillipe cansar na subida e contou com o trabalho da equipe Ineos, ex-Sky, para levá-lo à glória e garantir a primeira vitória de um latino-americano do Tour.

Quem também derramou lágrimas nessa Volta foram os franceses. Desde que Bernard Hinault venceu, em 1985, a França não vê um nacional no pódio. 
Julian Alaphillipe venceu três etapas e manteve a liderança por 13. Fez a França sonhar, mas sucumbiu.

Os Alpes também foram cruéis com outro francês esperança. Depois de ter brilhado no Tourmalet, a montanha mais clássica do Tour, Thibaut Pinot sentiu a coxa e abandonou o Tour chorando compulsivamente.

Se vale como consolo, o francês Romain Bardet chega em Paris com o prêmio de rei da montanha. Para ter um campeão, a França terá que esperar mais um ano. Nesta edição, foi a vez da América Latina fazer história.

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