Esportes

Com ameaça de protesto, Temer não vai a velório; parente pede dignidade

O peemedebista estará presente apenas em cerimônia reservada e militar de recepção dos corpos

Danilo Cabral (PSB) criticou o projeto Escola Sem PartidoDanilo Cabral (PSB) criticou o projeto Escola Sem Partido - Foto: Chico Ferreira

Com uma ameaça de protesto contra o governo federal, o presidente Michel Temer não participará neste sábado (3) do velório coletivo das vítimas do desastre aéreo que matou jogadores e dirigentes da Chapecoense. O peemedebista estará presente apenas em cerimônia reservada e militar de recepção dos corpos das vítimas, marcada para a manhã de sábado no aeroporto municipal de Chapecó, no interior de Santa Catarina.

No local, o presidente, que deve estar acompanhado da primeira-dama Marcela Temer, pretende entregar às famílias das vítimas a Ordem do Mérito Esportivo, a maior comenda do esporte brasileiro. O pai do zagueiro Filipe Machado, contudo, disse que não irá ao aeroporto se encontrar com o presidente. Em entrevista à ESPN Brasil, ele afirmou que considera a atitude de Temer um desrespeito.

"A pessoa importante aqui hoje somos nós e os nossos filhos que morreram", afirmou Osmar Machado. Ele disse ainda que o presidente deveria "ter vergonha na cara" e ir até o velório na Arena Condá. "Eu vou chegar lá, cumprimentar e vai sair no mundo inteiro: 'O pai do Filipe cumprimentou o Michel Temer'. O que que eu quero com esse tipo de coisa? Eu não preciso do cumprimento dele no aeroporto. Se ele tem dignidade e vergonha na cara, que venha aqui cumprimentar as pessoas", afirmou.

Marla Schardong, viúva de Fernando Schardong, jornalista da Rádio Chapecó, é mais ponderada. "Neste momento, a gente não deve misturar as coisas. Ele vem para um ato que é uma homenagem a eles [vítimas do acidente]. A mim não incomoda [Temer não ir ao velório]. Por mais que não concorde com as atitudes dele enquanto presidente, eu respeito a vinda dele dessa forma. Queiramos ou não, ele é o nosso presidente da República."

MOBILIZAÇÃO

Segundo a Folha de S.Paulo apurou, o Palácio do Planalto identificou uma mobilização de grupos de esquerda para promover neste sábado (3) um protesto contra o governo federal em Chapecó. Por conta da ameaça, o presidente chegou a até mesmo ser recomendado por assessores e auxiliares a não viajar para a cidade, para evitar que uma manifestação pudesse prejudicar a cerimônia fúnebre.

Por enquanto, contudo, a viagem está mantida. Nas palavras de um assessor presidencial, é importante que o peemedebista demonstre solidariedade diante de uma tragédia nacional e ignore "aqueles que querem promover disputa política em momento de dor". No dia do acidente aéreo, o presidente lamentou e disse que trata-se de um acontecimento "infausto" e "tristíssimo". Ele lembrou que o governo federal disponibilizou aeronave para transportar familiares das vítimas para a Colômbia e que o Ministério das Relações Exteriores foi acionado para providenciar o deslocamento ao Brasil dos corpos.

"Eu quero, mais uma vez, lamentar o infausto acontecimento que gerou o falecimento de uma equipe de futebol e vários que a acompanhavam. Para nós, é um fato tristíssimo e a única coisa que podíamos fazer era tomar providências para dar apoio às famílias que se enlutaram neste momento", disse.

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