Esportes

Com dono bilionário, Monterrey tenta chegar à final do Mundial

Nas quartas de final da competição, a equipe mexicana enfrente o All Sadd, neste sábado 914), às 14h30

Jogadores do MonterreyJogadores do Monterrey - Foto: VICTOR CRUZ / AFP

Desde que a Fifa criou a nova versão do Mundial de Clubes em 2000 (interrompida entre 2001 e 2004 e retomada em 2005), o México domina a vaga destinada à Concacaf, mas faz pouco com ela. A possibilidade de que em 2019 seja diferente está no time e no dinheiro do Monterrey, que enfrenta o Al Sadd, nas quartas de final do torneio realizado no Qatar, neste sábado (14), às 14h30 (de Brasília). O time de Doha é dirigido por Xavi, espanhol que atuou por 17 anos no Barcelona e ganhou o Mundial de Clubes três vezes como jogador.

O único ano em que um time do México não esteve na competição foi em 2005. O representante da Concacaf foi o Saprissa, da Costa Rica. Terminou no terceiro lugar.
Porém, nesta década tornou-se comum surpresas na final. Times da República Democrática do Congo (Mazembe, em 2010), Marrocos (Raja Casablanca, em 2013), Japão (Kashima Antlers, 2016) e Emirados Árabes (Al-Ain, em 2018) chegaram. Com o México isso não aconteceu até agora.

"É uma questão de nervosismo também. De ter calma em campo se alguma coisa dá errado. Não vamos pensar em coisas assim na hora do jogo", afirma o goleiro Marcelo Barovero, campeão da Libertadores de 2015 com o River Plate (ARG).

Nenhum mexicano participou do torneio mais vezes do que o Monterrey. E ninguém fracassou tanto. É a quarta participação do clube, que perdeu nas quartas de final em 2011 e 2013 e chegou em terceiro em 2012. É o retrospecto que os torcedores do país que chegaram a Doha nos voos desta semana querem esquecer. Eles acreditam haver um fator que pode fazer o time ser o primeiro do país a avançar à decisão.

"Dinheiro. O investimento foi enorme. Desta vez nós temos de chegar. Temos time para isso. Mesmo contra o Liverpool. É possível encará-los", acredita o engenheiro Carlos Jorge Ybarra, 32, otimista com o desempenho da agremiação que no próximo dia 26 começa também a decidir contra o América o título da liga nacional. É a chance de quebrar jejum de nove anos sem a conquista.

O discurso incomodou outros.

"Dá para pensar no Al Sadd primeiro? A gente já passou por isso antes", contestou Eduardo Ribaldo, 44, amigo de Ybarra na fila de embarque. Se passar pelos qataris, o adversário deles será o clube inglês atual vencedor da Champions League, no próximo dia 17.

Ybarra cita o aspecto econômico porque o Monterrey é dono do elenco mais caro da Concacaf. O investimento para montar a atual equipe foi de 84,1 milhões de euros (R$ 361,3 milhões). Segundo a revista Forbes, é a sexta franquia (termo do esporte americano) de maior valor no continente: US$ 281, 8 milhões (R$ 1,12 bilhão).

Comandada pelo argentino Antonio Mohamed, apelidado de "turco", o clube tem atletas experientes e caros. Pagou 20 milhões de euros (R$ 91 milhões) para tirar do Tottenham Hotspur (ING) o atacante holandês Vincent Janssen, 25, que apareceu como revelação em seu país, mas não se firmou no Reino Unido. Janssen foi cortado do grupo que viajou a Doha para o Mundial por lesão muscular na coxa. A esperança de gols passou a pesar ainda mais sobre o argentino Rogélio Funes Mori, 28.

No meio-campo há Maximliano Meza, 26, que disputou a Copa do Mundo da Rússia com a Argentina e chegou a ser titular na estreia diante da a Islândia; José Maria Basanta, que esteve com a Argentina no Mundial do Brasil em 2014; e Lionel Vangioni, campeão da Libertadores com o River ao lado de Barovero.

Nas três participações anteriores no Mundial, o Monterrey foi eliminado nas quartas de final em 2011 pelo Kashiwa Reysol (JAP) e em 2013 pelo Raja Casablanca. Em 2012 foi semifinalista, mas perdeu para o Chelsea (ING). Todo o investimento feito vem da fortuna da família Gona de Rivera, a quarta maior fortuna do México, avaliada em US$ 5,6 bilhões (R$ 23 bilhões). Ela é dona do clube e da FEMSA, a maior distribuidora de Coca-Cola do mundo, entre outras bebidas.

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"Chegou a hora de fazer história, não? Tanto na liga [mexicana] quanto no Mundial, nosso torcedor não quer mais saber do que aconteceu no passado. O futebol é maravilhoso porque sempre te dá uma nova chance, Esta é nossa", conclui Mohamed, que terá como maior dúvida para montar o time neste sábado a escalação ou não do meia Rodolfo Pizarro, 25, uma das principais peças de criatividade, que pode ser negociado com a Europa em janeiro por 20 milhões de euros (R$ 91,3 milhões).

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