Esportes

Com futuro incerto, F-1 tem maioria dos contratos com vigência até 2020

As regras da categoria são ditadas por três contratos principais; o mais importante é Acordo dos 100 Anos

Williams de StrollWilliams de Stroll - Foto: AFP

Pilotos como Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Max Verstappen. Praticamente todas as equipes, à exceção da Renault. GPs como Brasil e TVs como a Globo. O que todos têm em comum? Contratos com a Fórmula 1 até o fim de 2020. E isso não é coincidência: a categoria não definiu qual caminho tomar no futuro. "É sempre melhor esperar para saber qual será o futuro da F-1. Isso pode ter um impacto na decisão de estender ou não o contrato", reconhece Hamilton, que tinha a proposta da Mercedes para assinar até 2021, mas decidiu não arriscar.

As regras da categoria são ditadas por três contratos principais. O mais importante é Acordo dos 100 Anos, que garante o controle dividido entre FOM (empresa que era controlada por Bernie Ecclestone e foi comprada pela Liberty Media há dois anos) e FIA, sendo que a federação não pode entrar nas questões comerciais por determinação da União Europeia.

Em segundo lugar, existe o que se costuma chamar de Pacto da Concórdia, ainda que o único acordo atualmente vigente é entre a FOM e a FIA e regulamenta basicamente os papéis de ambos. Desde 2013, não existe um Pacto da Concórdia entre a FOM e as equipes, uma vez que a solução que Ecclestone encontrou para resolver vários impasses na época foi fazer contratos bilaterais com cada time, puxando o acordo feito com um para convencer o outro a assinar. Todos estes contratos, a não ser com a Renault -que termina em 2024- vão até o final de 2020.

Em meio a tudo isso, há várias queixas na parte comercial -promotores dos GPs tentando rever contratos impraticáveis e o foco tardio na internet, preparando a categoria para a queda que já se observa no consumo de TVs e a preferência por mídias on demand- e na parte esportiva -queda nas ultrapassagens, diferença muito acentuada entre as três melhores equipes e o restante, indefinições a respeito de que tipo de tecnologia usar em termos de motor e como conquistar um público mais jovem.

Ainda que a situação seja complexa, a lentidão em encontrar soluções para problemas que estão, na verdade, interligados já incomoda as equipes. Afinal, se a ideia central da Liberty é distribuir melhor o dinheiro ao mesmo tempo em que as regras garantem uma diminuição de custos a ponto do esporte funcionar com um teto de gastos, o pior que pode acontecer é essas novas regras -especialmente incluindo motores- atrasarem tanto. Já estamos a pouco mais de 12 meses até que as equipes comecem a executar os projetos de 2021 e nada de regras.

Nesse quesito, a maior insatisfação das equipes é com Ross Brawn, que não vem fazendo seu papel de ponte técnica entre os interesses dos times e as decisões acerca do regulamento. Era esperado pulso mais firme por parte do ex-chefe de equipe. Já do lado da FIA, o diretor de corridas, Charlie Whiting, disse em julho de 2018 que um acordo estava próximo; meses depois, admitiu que "as coisas estão levando mais tempo que o esperado", mas negou as especulações de que a mudança de regras seja postergada. "Será em 2021."

Do lado comercial, por um lado a Liberty vem gastando muito mais que Ecclestone, aumentando consideravelmente a estrutura da FOM, especialmente em plataformas digitais. Por outro lado, a partir do momento em que os norte-americanos acenaram para a entrada de Miami no calendário sem o pagamento das taxas milionárias cobradas aos promotores de GP da era Ecclestone, é claro que os demais quiseram renegociar seus contratos, ameaçando o outro -além dos contratos de TV- grande pilar de receita da F-1.

São todas essas incertezas que colocam equipes e pilotos em compasso de espera, algo que só começará a ser resolvido com a definição de um novo regulamento que tenha impacto positivo nas contas da categoria.

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