Esportes

Corinthians divulga escudo com protesto contra queimadas

Clube postou imagem tradicional do emblema com o mapa do Brasil, na bandeira de São Paulo, pegando fogo

Clube postou imagem para alertar contra desmatamentoClube postou imagem para alertar contra desmatamento - Foto: Reprodução/Internet

Os protestos contra as queimadas na Amazônia foram parar no escudo do Corinthians. O clube postou em sua conta oficial no Instagram a imagem tradicional do emblema com o mapa do Brasil, na bandeira de São Paulo, pegando fogo. Ao lado da imagem, a hashtag rezepelamazonia.

Com 72.843 focos de incêndio do início de janeiro até segunda-feira (19), o Brasil registra um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado. O fogo também avança sobre áreas protegidas. Somente nesta semana, houve 68 ocorrências dentro de terras indígenas e unidades de conservação estaduais e federal.

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Sem nenhum tipo de prova, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a afirmar nesta quinta-feira (22) que ONGs são suspeitas de provocar os incêndios na Amazônia.

Questionado sobre se poderiam ser fazendeiros os autores dos focos das queimadas, ele disse que sim.

"Pode, pode ser fazendeiro, pode. Todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs", afirmou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada.

O presidente mostrou-se irritado com a repercussão de uma declaração sua sobre o tema na quarta (21), quando disse que as queimadas poderiam ser ação criminosa de "ongueiros" para chamar a atenção contra o governo.

Ao parar para falar com jornalistas, depois de cumprimentar apoiadores na porta do Alvorada, ele disse que a imprensa foi irresponsável ao dizer que ele estava acusando as ONGs. Ele disse que gostaria de "converter" os jornalistas.

"Vocês me entrevistaram ontem, vocês viram o que saiu nos jornais? Não é culpa de vocês, passa pelo filtro do editor. Em nenhum momento eu fui e falei, acusei as ONGs. [Falei de] suspeita", disse.

Incomodado, ele ironizou que os jornalistas esperavam que ele dissesse que são os índios os autores das queimadas.

"São os índios, quer que eu culpe os índios? Vai escrever os índios amanhã? Quer que eu culpe os marcianos? É, no meu entender, um indício fortíssimo que esse pessoal da ONG perdeu a teta deles. É simples."

"As ONGs perderam dinheiro, estão desempregados. Tem que tentar fazer o quê? Tentar me derrubar", afirmou.

Questionado sobre se havia provas de que há ação dessas organizações nas queimadas, Bolsonaro disse que não tem como haver prova, só se houver flagrante.

"Não se tem prova disso, meu Deus do céu. Ninguém escreve isso, vou queimar lá, não existe isso", disse.

O presidente disse ainda que o Brasil vai enfrentar problemas pelo que chamou de "irresponsabilidade da imprensa".

"O Brasil vai chegar à situação da Venezuela. É isso que a grande parte da grande imprensa brasileira quer. E fica o tempo todo de picuinha, fazendo campanha contra o Brasil. Vocês acham, se o mundo lá fora começar a impor barreiras comerciais nossas, cai o nosso agronegócio, cai a economia", disse.

Ao falar com repórteres, mandou um recado para chefias das redações, dizendo que os editores dos jornais e donos de televisões também terão a vida complicada, como a de todos os brasileiros.

"A imprensa está cometendo um suicídio", disse. "Estamos numa nova era. Assim como acabou no passado o datilógrafo, a imprensa está acabando. Não é só por questão de poder aquisitivo do povo que não está bom. É porque não se acha verdade ali."

Rio de fumaça

Imagens de monitoramento captadas por satélites mostram nuvens de fumaça originadas pelas megaqueimadas que se espalharam pelo Brasil entre a tarde de domingo (18) e a manhã desta quinta .

Foi nesta última segunda que uma grande massa de fumaça atingiu a capital paulista e fez o dia virar noite quando o relógio marcava por volta das 15h. Segundo o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Franco Nadal Villela, o anoitecer repentino foi desencadeado pelo encontro de uma frente fria (vinda do leste de São Paulo) com ventos quentes carregados de aerossóis gerados pelas queimadas.

Nas imagens, obtidas pelo programa Copernicus da Agência Espacial Europeia e pelos sistemas Lidar e CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) -ambos financiados pela Fapesp (fundação paulista de pesquisa)– é possível ver que a fumaça (em vermelho e amarelo) saiu da Amazônia, da Bolívia e do Paraguai e seguiu direção à região Sudeste do Brasil

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