Esportes

"É preciso lavar a cara do futebol mundial", diz Domínguez

Presidente da Conmebol também lidou com a polêmica na última final da Copa Libertadores entre Boca e River

Alejandro Domínguez, presidente da ConmebolAlejandro Domínguez, presidente da Conmebol - Foto: FRANCK FIFE / AFP

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, admitiu nesta terça-feira (4), que "é preciso lavar a cara do futebol mundial", após anos conturbados, declarou em Paris, onde participou do Congresso da Fifa nesta quarta-feira.

Na presidência da poderosa confederação sul-americana desde janeiro de 2016, após o escândalo de corrupção que sacudiu a Fifa, Domínguez também teve que lidar com a polêmica na última final da Copa Libertadores entre os dois gigantes do futebol argentino, Boca Juniors e River Plate.

Após o empate em 2x2 no jogo de ida, no estádio La Bombonera em 11 de novembro, a volta no Monumental, prevista para o dia 24 do mesmo mês, precisou ser adiada devido a incidentes violentos da torcida do River. Devido aos ataque no ônibus do time rival que ia em direção ao local da partida, o que deixou alguns jogadores feridos.

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A Conmebol decidiu tirar a partida da Argentina por questões de segurança e levou o jogo para o estádio Santiago Bernabéu, em Madri, onde o River Plate venceu (3x1) e se sagrou campeão.

- Após o ocorrido na Libertadores, o senhor tem a sensação de que a Conmebol tem a possibilidade de lavar a cara com a Copa América?

"É preciso lavar a cara do futebol mundial, porque entendemos que a violência não é algo somente atribuível à América do Sul. Lamentavelmente vimos outro incidente que ocorreu na Alemanha, quando houve uma ação incompreensível (atentado com bomba contra o ônibus do Borussia Dortmund em 2017) de agressão contra uma equipe. É uma questão que levamos a sério e a Conmebol está trabalhando para erradicar a violência do futebol sul-americano. Na semana passada, tive a oportunidade de ser testemunha de um acordo bilateral entre Brasil e Argentina, cujos ministérios do Interior chegaram a um acordo para trabalhar em conjunto e justamente evitar que as pessoas violentas possam ter acesso a nossos cenários esportivos.

- O senhor teme que a acusação de estupro contra Neymar possar afetar a Copa América, que começa no Brasil em 9 dias?

"Estamos seguindo de perto o caso, como o de qualquer jogador, mas Neymar é uma estrela mundial. Mas não podemos emitir qualquer opinião. Me pareceria egoísta de minha parte dizer que me preocupa a imagem do torneio, o que me preocupa é que a justiça seja feita, que tudo ocorra bem. Mas não podemos opinar antes antes de conhecer o assunto a fundo e que a justiça resolva o caso.

- A Copa América realizou edições em 2015, 2016, 2019 e já foi anunciada outra para 2020. Não é muita coisa em pouco tempo?

"Tem a ver com a questão de ordenar o calendário. Em 2016 foi uma exceção devido ao centenário, em 2019 era algo previsto e programado. Por querermos dar melhores condições aos nossos atletas, principalmente para os que disputam competições europeias, o desencaixe de jogar em anos ímpares com os europeus sempre traz inconvenientes nas relações jogador-clube, jogador-seleção e seleção-clube-confederações. Então isso tem a ver com nos colocarmos em sintonia e nos adaptarmos aos tempos, dando melhores condições, por isso será disputada novamente em 2020. A outra opção é 2024... E não vamos ficar cinco anos sem futebol.

- Não há perigo de que, ao coincidir com a Eurocopa, ambos torneios percam protagonismo?

"Acredito que não, há um tema muito importante, um sistema horário que nos permite ter jogos no ar em tempos diferentes para as pessoas que gostam do melhor futebol. Acho que os torcedores ganham, o público ganha tendo o melhor futebol da Europa competindo e o melhor futebol da América do Sul em horários distintos.

- Como anda a venda de ingressos para a Copa América? Para alguns jogos já não há mais ingressos e para outros foram vendidos muito poucos.

"No geral, a venda de ingressos vai muito bem. Há jogos com pedidos recordes e, na medida que o início do torneio se aproxima, o interesse vai crescer, tanto do público local como dos estrangeiros que querem estar presentes nos estádios.

- Fala-se muito ultimamente da reforma de alguns grandes torneios, como o Mundial de Clubes e da Liga dos Campeões. Qual é a posição da Conmebol sobre isso, levando em consideração que as janelas de transferências internacionais poderiam ser reduzidas?

"Em relação à modificação do calendário da Champions, somos respeitosos, não vamos dar nenhum tipo de opinião. Sobre o Mundial de Clubes, é uma nova proposta da Fifa e a Conmebol apoia a moção, entende que é preciso ter participação dos clubes sul-americanos, porque isso vai elevar a competitividade da competição. Estamos de acordo de que é preciso ir testando fórmulas, porque temos que gerar competição e muito mais recursos para os clubes.

- O custo poderia ser sobrecarregar ainda mais o calendário?

"Sempre se corre esse risco, mas também precisamos gerar mais recursos para os clubes.

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