Futebol

Em briga com Flamengo, clubes desistem de carta para pedir adiamento da rodada

A ideia de uma carta, assinada por quase todos os clubes da Série A, não convenceu os cartolas

Prédio sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)Prédio sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - Foto: Agência Brasil

A ameaça de 18 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro de boicotar a rodada deste final de semana não encontra unanimidade entre os presidentes das equipes para se concretizar. As agremiações discordam do fato de o Flamengo ter presença de público liberada em seus jogos sem que elas possam ter também e buscam impedir que isso aconteça.

Segundo dirigentes ouvidos pela reportagem da Folha de S. Paulo, não há até o momento apetite para levar a medida adiante. A ideia de uma carta, assinada por quase todos os clubes da elite (sem Cuiabá e Flamengo), não convenceu os cartolas, mas foi ventilada como instrumento de pressão sobre a CBF e o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

"Isso [a carta] é uma das piores coisas que poderia acontecer. Não haverá datas para realizar os jogos mais para frente, disse o presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, à reportagem. "Se o Flamengo jogar com público no domingo, a partir de segunda-feira o Atlético vai jogar também."

Líder do Brasileiro, a agremiação mineira também conta com uma ação favorável nesse sentido.

"Temos uma decisão do STJD e a permissão da prefeitura [de Belo Horizonte], mas o Atlético vai respeitar a decisão do conselho arbitral, exceto se o Flamengo receber público", diz o dirigente. "É preciso ter isonomia. Atlético-MG, Flamengo, Palmeiras, Red Bull e Fortaleza estão disputando o título, e o Flamengo não poderá ter condições mais fáceis."

Além de estrangular o calendário, o adiamento de dez confrontos poderia trazer consequências comerciais -o time deixaria de jogar e, consequentemente, exibir seus patrocinadores- e insegurança jurídica.

Apesar da desistência, há um visível clima de guerra entre os dirigentes da Série A e a diretoria flamenguista.

O time carioca ignorou a decisão do conselho arbitral da CBF na qual os 19 times (incluindo o Cuiabá) votaram pela manutenção do veto ao torcedor nos estádios, enquanto não há o aval de autoridades sanitárias locais para todas as sedes da elite do Nacional em razão da pandemia da Covid-19.

Todos decidiram, então, acionar o STJD para tentar cassar a liminar concedida ao Flamengo que possibilita a abertura dos portões. O pedido foi negado. Otávio Noronha, presidente do tribunal, sustenta que não cabe ao órgão impedir a presença de torcedores nos estádios. Isso seria de responsabilidade das autoridades locais.

O clube rubro-negro alega que a permissão não compete à CBF e conseguiu o aval das autoridades do Rio de Janeiro para realizar três partidas no Maracanã entre esta quarta (15) e 29 deste mês -contra Grêmio, pela Copa do Brasil e pelo Brasileiro, e diante do Barcelona de Guayaquil (EQU) pela Libertadores.

Nesta tarde, em vez de carta para suspender a rodada, os cartolas apelaram novamente ao STJD. Desta vez o grupo contou com o pedido da CBF para derrubada da liminar favorável aos Flamengo. Segundo a entidade, "ela trará desequilíbrio à principal competição do futebol brasileiro".

O assunto está com o relator Felipe Bevilacqua, e o julgamento está marcado para a próxima quinta-feira (23). Mas Bevilacqua pode deliberar sobre o assunto antes, dando procedência ao pedido dos clubes ou não.

Romildo Bolzan Júnior, presidente gremista, foi à sede da CBF para um almoço nesta quarta e pediu, informalmente, ajuda para Ednaldo Rodrigues, presidente interino da confederação. O mandatário do time gaúcho escutou do atual chefe da entidade que comanda o país que somente o STJD poderia resolver a situação.

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