Entenda como a Fifa compensa clubes quando jogadores se machucam defendendo seus países
Programa de Proteção de Clubes pode pagar até R$ 46 milhões por ano em casos de afastamento prolongado
É o pior pesadelo de qualquer treinador: perder um jogador fundamental durante uma Data Fifa e vê-lo retornar lesionado, fora das próximas partidas. Foi o que aconteceu com o Arsenal, que aguarda o resultado dos exames do zagueiro Gabriel Magalhães, lesionado no amistoso do Brasil contra Senegal, disputado no sábado.
O técnico Carlo Ancelotti admitiu preocupação após o jogo: — Estamos muito tristes e decepcionados. Ele teve uma lesão no adutor; a equipe médica precisa avaliá-lo.
Gabriel é peça-chave na defesa do time de Mikel Arteta, e sua ausência preocupa às vésperas de confrontos contra Tottenham, Chelsea e Bayern de Munique. Casos assim não são isolados.
O Newcastle perdeu Yoane Wissa por lesão no joelho enquanto servia à República Democrática do Congo, e o Bayern de Munique ficou sem Alphonso Davies por meses após o canadense romper o ligamento cruzado anterior jogando por sua seleção.
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De acordo com o jornal The Athletic, para situações desse tipo, a Fifa criou o Programa de Proteção de Clubes (Club Protection Programme – CPP), uma espécie de seguro que cobre os salários de jogadores lesionados em serviço internacional por um período mínimo de 28 dias de afastamento.
De acordo com a entidade, os clubes podem receber até €7,5 milhões (R$ 46 milhões) por ano, com um limite diário de €20.548 (R$ 126 mil), para compensar o salário base do atleta — bônus e direitos de imagem ficam de fora. Assim, uma lesão muscular que tire um jogador de campo por 12 semanas pode render cerca de 240 mil (R$ 1,9 milhão) ao clube em indenização.
A cobertura atual do programa vai até 2026 e inclui tanto o futebol masculino quanto feminino, embora categorias de base — como seleções sub-21 — fiquem fora. O fundo anual da FIFA é de €80 milhões, e cobre o período desde que o jogador deixa a base do clube até seu retorno, incluindo jogos, treinos e viagens.
Ainda assim, o sistema tem limites: apenas salários de até £120 mil (R$ 740 mil) por semana são totalmente cobertos. Isso significa que astros como Erling Haaland ou Mohamed Salah só teriam uma fração de seus vencimentos compensada em caso de lesão com suas seleções.
O CPP é diferente do Programa de Benefícios para Clubes, que paga valores a equipes que cedem atletas para a Copa do Mundo. Em 2022, a FIFA distribuiu US$ 209 milhões (R$ 1,1 bilhão) a 440 clubes de 51 países, e esse número aumentará para US$ 355 milhões (R$ 1,9 bilhão) na Copa de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá — a maior compensação da história.

