Esportes

Família de corintiano alega inocência e erro em prisão

Familiares negam envolvimento dele na confusão ocorrida no duelo com o Flamengo, no Maracanã, no último domingo (23)

O corintiano André Tavares, que está entre os 30 presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, no bairro de Bangu (RJ), ganhou uma campanha de amigos e familiares na internet. O ato obteve uma adesão maciça de internautas, que utilizaram a hashtag #andretavaresinocente, chegando a entrar nos assuntos mais comentados do Twitter Brasil no início da noite desta terça-feira (25). Eles alegam a inocência do rapaz e negam envolvimento dele na confusão ocorrida no duelo com o Flamengo, no Maracanã, no último domingo (23). Na tarde desta terça-feira, a juíza Marcela Caram expediu o decreto de prisão preventiva dos torcedores.

Colegas que estavam com André no jogo garantem que o corretor de seguros sequer tinha adentrado o Maracanã no momento do tumulto. Para embasar o argumento, eles forneceram à defesa e à reportagem fotos com horários que, supostamente, comprovam o desencontro de informações, já que eles teriam ingressado por volta das 16h40 e o início da confusão se deu às 16h26.

"Éramos um grupo de seis amigos. Eu fui com dois num carro e o André foi no dele com os outros. Nos encontramos em Copacabana, almoçamos e decidimos ir de metrô e à paisana. Chegamos na estação do Maracanã por volta das 16h10 ou 16h13 (horário da foto mostra 16h16). Depois temos uma foto nossa com o Maracanã ao fundo às 16h29 (na rampa de entrada da Uerj). Entramos por volta das 16h40", disse o amigo e fotógrafo Bruno Teixeira.

Bruno relatou também de que forma teria acontecido o momento da prisão.
"Com o término do jogo, os policiais seguraram toda a torcida do Corinthians. O André estava o tempo todo do meu lado e, como temos um pouco de receio de organizadas, ficamos numa parte superior extrema da arquibancada. Depois eles liberaram mulheres, crianças e começaram uma grande pressão. Eles estavam com celulares com fotos e vídeos e passaram a perguntar: 'Cadê o gordão? Cadê o de barbicha? Cadê o careca?'. Os critérios foram de estética. E iam efetuando as prisões. Foi aí que uma hora senti um policial passando por trás de nós e ele disse: 'Foi esse'. E aí levaram o André", destacou.

O fotógrafo saiu em defesa do amigo. "Foi a primeira vez do André no Maracanã. Ele é corretor de seguros, nunca participou de nenhuma torcida organizada, é casado e a esposa passou muito mal por conta desta situação. Eu nunca presenciei um momento de alteração e nem violência do André. Sempre repudiamos a violência nos estádios".

ADVOGADO PARTICULAR
André Tavares está sendo advogado por Rafael Faria e Gabriel Miranda Moreira. Já os outros 29, além do menor de idade, estão com Marcus Vinícius Farias. Na audiência desta terça, os torcedores trajavam as mesmas roupas do dia do jogo e André era um dos poucos que não tinha vestimentas de organizadas ou mesmo do Corinthians.

Presos em flagrante, os corintianos tiveram a detenção alterada para preventiva e foram enquadrados por crimes de lesão corporal -confirmada por um laudo positivado nos PMs-, dano qualificado, provocar tumulto em locais de jogos, resistência qualificada e associação criminosa.

Os advogados dos 30 corintianos presos solicitarão imagens de TV, jornais, sites e circuito interno do estádio na tentativa de provar o não envolvimento dos detidos na briga com os policiais militares na arquibancada do setor visitante.

Embora, num primeiro momento, tenha-se cogitado a possibilidade de entrar com um pedido de habeas corpus nesta terça, a defesa recuou e ainda avalia se, de fato, tomará este caminho. Outra estratégia é levantar os ingressos que estavam nominais e comparar com o horário de entrada nas catracas do Maracanã.

Muitos dos torcedores presos alegam que ainda estavam do lado de fora quando ocorreu a confusão e se dizem vítimas de uma escolha aleatória dos militares no momento da detenção.

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