Federação Francesa pede a não interrupção de partidas por homofobia
"Parar as partidas não me interessa. É um erro. Pararia um jogo por causa de gritos racistas, pararia uma partida por causa de uma briga, mas não é o mesmo", disse Noël Le Graët, presidente da Federação Francesa
O presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët, disse nessa terça-feira (10) que pediu aos árbitros para que não interrompam as partidas por causa de cantos ou bandeiras homofóbicas nas arquibancadas.
"Parar as partidas não me interessa. É um erro. Pararia um jogo por causa de gritos racistas, pararia uma partida por causa de uma briga, por causa de incidentes se houver perigo nas arquibancadas, mas não é o mesmo", disse, acrescentando que espera que os serviços de segurança dos clubes "reajam".
"Devem controlar as pessoas que entram nos estádios, há funcionários ali para retirar essas bandeiras rapidamente. Mas parar os jogos é outra coisa, o jogo é algo mais complicado. Vamos nos preocupar em tirar as bandeiras, mas parar os jogos não".
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Le Graët defendeu a mesma posição numa entrevista na semana passada, na qual ressaltou que racismo e homofobia "não são a mesma coisa". Na terça-feira, após a vitória da França por 3 a 0 sobre Andorra, em partida classificatória para a Eurocopa-2020, Le Graët recebeu o apoio do técnico da seleção francesa, Didier Deschamps.
"Normalmente, não comento as declarações do meu presidente, mas o que posso garantir é que, no nível humano, ele é alguém que sempre lutou contra todas as discriminações no futebol", disse Deschamps.
Desde o início da temporada, várias partidas foram interrompidas brevemente na primeira e na segunda divisões para deter cantos homofóbicos vindos das arquibancadas ou para remover bandeiras, uma atitude que o governo francês defende como combate à homofobia.