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VIOLÊNCIA NO CLÁSSICO

FPF discorda de proibição de torcida e pede revisão de decisão do Governo de Pernambuco

Governo decretou cinco jogos de punição para Santa Cruz e Sport, em portaria publicada no último sábado (1º)

Reunião entre FPF e clubes tratou sobre a proibição de torcida em jogos de Santa Cruz e SportReunião entre FPF e clubes tratou sobre a proibição de torcida em jogos de Santa Cruz e Sport - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

A Federação Pernambucana de Futebol (FPF), em reunião com os dez clubes da Série A1 do Campeonato Pernambucano, nesta segunda-feira (3), afirmou discordar da proibição da presença de torcedores nos próximos cinco jogos do Sport e Santa Cruz.

Nota da FPF divulgada nesta segunda-feira (2), dois dias após os episódios de violência entre organizadas antes e depois do Clássico das Multidões, afirmou que a medida é "desproporcional" e "penaliza injustamente milhares de torcedores e toda a cadeia de trabalhadores que dependem do futebol para sobreviver".

O documento da Federação também diz que clubes que "nada têm a ver" com os episódios de violência também seriam penalizados e que, entre os clubes do Interior, "não há histórico de conflitos dessa natureza". A decisão, ressalta a FPF, compromete receitas e o desenvolvimento do futebol no Estado.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A decisão do Governo do Estado foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Poder Executivo, no último sábado, cerca de três horas após o fim da partida. 

No documento, o governo diz que os próximos cinco jogos envolvendo Santa Cruz e Sport, no Estado de Pernambuco, tanto pelo Campeonato Pernambucano quanto pela Copa do Nordeste deverão ser disputados de portões fechados, sem a presença de público.

O Sport tem jogo marcado contra o Fortaleza pelo torneio regional, nesta terça-feira (4), às 21h30, na Ilha do Retiro. Diante da proibição imposta pelo governo estadual, o clube rubro-negro bloqueou a venda de ingressos.

O próximo jogo do Santa Cruz marcado para o Arruda será em 16 de fevereiro, um domingo, às 16h, contra o Central, pelo Estadual. 

"A decisão do Estado de impedir a presença de torcedores não ataca o verdadeiro problema, mas apenas o mascara. A solução efetiva passa pela atuação firme e eficaz do Poder Público no combate aos criminosos travestidos de torcedores", completa a Federação.

A FPF também diz que os atos criminosos foram amplamente registrados em imagens, o que permite a identificação dos envolvidos. "Cabe, portanto, às autoridades competentes garantir que os responsáveis sejam punidos, ao invés de impor sanções generalizadas que afetam o futebol pernambucano como um todo". 

"A FPF e os clubes requerem que a decisão do Governo do Estado seja revista e que as medidas de segurança sejam voltadas ao enfrentamento direto aos criminosos, assegurando a presença dos verdadeiros torcedores nos estádios e a continuidade saudável do nosso futebol", completa a federação, na nota.

A federação tem reunião marcada com o Ministério Público, Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e forças de segurança do Estado, na tarde desta segunda, para pedir que a determinação seja revogada.

O documento da FPF é assinado por Santa Cruz, Sport, Náutico, Maguary, Afogados, Central, Jaguar, Retrô, Petrolina e Decisão, os dez clubes que disputam o Campeonato Pernambucano.

Presidente da FPF, Evandro de Carvalho, mostra documento assinado pelos dez clubes do Campeonato Pernambucano | Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Impacto financeiro preocupa
Uma das principais preocupações para os clubes é o impacto financeiro que os jogos sem torcida pode causar. Segundo o presidente da FPF, não seria possível um ressarcimento estatal. Caso a medida siga valendo, no entanto, uma ação judicial não seria descartada.

"Queremos esclarecer a questão. Como o Santa Cruz vai sobreviver de portões fechados por três jogos? Quem vai aportar R$ 2 ou 3 milhões para o Santa Cruz? Esse equipamento de reconhecimento oficial deve custar alguns milhões de reais. Isso vai ser subsidiado? São essas questões que vamos levar para a reunião com o Estado", afirmou o presidente da FPF.

Um dos principais times impactados pela determinação, como o presidente da FPF contou, foi o Santa Cruz. A equipe tem três partidas marcadas no calendário, contra Jaguar, fora, na próxima sexta (7); contra o Central, no dia 16; e diante do Maguary, fora, no dia 22.

O Tricolor também tem sido o time com maior público do torneio até aqui. Com isso, sem receita, haveria um grande prejuízo para a equipe.

"Geraria um impacto muito grande. O Santa Cruz está vivendo um processo de recuperação muito importante. Oficialmente o Santa Cruz hoje é o clube com mais torcedores nos estádios de Pernambuco e o terceiro no Brasil, atrás apenas dos três grandes de São Paulo. A torcida está animada, engajada, nos apoiando. Aumentamos a quantidade de sócios em 10 vezes num curto período de tempo", começou o presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues.

"Quando vem uma portaria dessa, prejudica diretamente o clube. Não temos cota de televisão. Então essa receita do estádio é muito importante para a gente. Então agora é montar soluções e tentar reverter essa decisão", completou.

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