Esportes

Homero lembra temores da odisseia até o título de 1987

Presidente do Conselho Deliberativo, ele comemora o desfecho judicial do caso, encerrando polêmicas

Homero Lacerda é presidente do conselho rubro-negroHomero Lacerda é presidente do conselho rubro-negro - Foto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco

São três décadas já passadas, inúmeras vitórias nos tribunais e uma certeza: o Sport é de fato e de direito o campeão brasileiro de 1987. No último dia 7 de fevereiro, com direito a uma programação especial, os rubro-negros comemoraram os 30 anos da vitória por 1x0 sobre o Guarani, na Ilha do Retiro, com gol do zagueiro Marco Antônio.

Nesta semana, o Leão recebeu uma homenagem na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pelos 30 anos da histórica conquista, coroada na última sexta-feira (16) com a notícia de que o assunto transitou em julgado no STF, impossibilitando que o Flamengo, reivindicante da taça, reverta a derrota. Na cerimônia estiveram presentes o presidente executivo leonino, Arnaldo Barros, o seu vice Gustavo Dubeux, e também o atual presidente do Conselho Deliberativo, Homero Lacerda.

Aliás, o nome deste último se confunde com toda a trajetória desta epopéia leonina pelo título de um dos mais conturbados Campeonatos Brasileiros organizados na história, que começou em 1987 e acabou em 1988. "É muito gratificante o reconhecimento, que não foi só meu. Foi a união de muita gente. Além disso, conseguimos estabelecer a moralidade no futebol brasileiro. Algumas pessoas faziam o que queriam por dinheiro. Dá mais orgulho ainda ver que brigamos com Flamengo, Rede Globo, Clube dos 13, Coca-Cola, CBF e vencemos tudo e todos. O veredito é de conhecimento de todos: Sport campeão", comentou Lacerda.

Primeiro candidato de oposição a vencer um pleito na Praça da Bandeira, Homero Lacerda era o presidente rubro-negro em 1987. Visto como um promissor líder na Praça da Bandeira, Homero pegou um clube em crise, com quatro folhas salariais em atraso. Aos poucos, foi montando a equipe apostando em jogadores locais ou de baixo patamar salarial.

"Fizemos um time lutador e conseguimos reestruturar o clube", relembra o dirigente. Conhecido pelo seu estilo confiante e destemido, ele não escondeu que todo o processo de reconhecimento do título não foi tão simples assim. "Foi uma lição tremenda de vida e superação. Em vários momentos pensamos que a vaca foi para o brejo, mas nunca desistimos. Sabíamos do nosso direito. Todos os clubes assinaram o regulamento. Mudá-lo no meio da corrida não fazia sentido nenhum".

Questionado sobre qual foi o momento exato em que ele não tinha mais dúvida sobre o desfecho desta que é considerada por muitos uma das maiores trapalhadas da cartolagem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Quando transitou em julgado na Justiça. Pior ainda foi ver as diretorias do Flamengo, depois disso, conseguirem expor o clube tentando uma divisão ridícula de título", pontuou. Por último, Homero lembrou as passagens mais marcantes para ele em toda essa epopéia.

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"Quando embarcamos para Brasília às pressas, eu e Luciano Bivar, na esperança de conseguir uma reunião com um ministro e derrubar uma portaria que poderia ter mudado o regulamento e toda a história. Isso só aconteceu graças aos esforços de Marco Maciel (um ilustre torcedor do Santa Cruz), que na época era senador. Explicamos tudo em meia hora e o ministro indeferiu o pedido deles e nos deu razão", relembrou novamente Homero Lacerda.

STF
Após anos de uma batalha jurídica envolvendo Flamengo e Sport, a novela envolvendo a Copa União de 1987, enfim, teve um desfecho formal. Após a maioria dos ministros do Superior tribunal Federal (STF) darem ganho de causa aos pernambucanos, a matéria foi dada como esgotada e não cabe mais discussão quanto ao título brasileiro do Leão, o que significa que estouraram todos os prazos legais para que o Flamengo tentasse reverter a derrota. O processo já teve a sua baixa definitiva efetuada.

Recurso
Após o Superior Tribunal Federal (STF) arquivar o processo e declarar irreversivelmente o Sport como o campeão brasileiro de 1987, o Flamengo reconheceu a derrota, mas garantiu que irá até as últimas consequências para reverter a decisão.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o clube informou que a guerra ainda está longe de terminar, e o Rubro negro estuda apelar para a entidade máxima do futebol: "O Flamengo é o campeão, ganhou no campo e estuda novas medidas judiciais e desportivas na Fifa".

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