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Infelizes coincidências que assustam os tricolores

Os números do Santa Cruz em 2006, na Série A, chegam a ser ligeiramente melhores que o da atual equipe.

Xanadu (1980)Xanadu (1980) - Foto: Reprodução

Relembrar todos aqueles tristes capítulos escritos na história do Santa Cruz, logo após o rebaixamento de 2006, chega a causar arrepios nos tricolores. Algo natural, devido ao fundo do poço da Quarta Divisão, visitado em 2009. Assim como no passado, um rebaixamento na Série A está a poucos jogos da confirmação. Assusta também o número de coincidências, ao espelhar essas duas últimas participações do clube na elite do futebol brasileiro. Seria o presságio de um novo período de trevas pelas bandas do Arruda? Outras características, no entanto, tendem a dizer que “não”.
Os números do Santa Cruz em 2006, na Série A, chegam a ser ligeiramente melhores que o da atual equipe. No passado, na mesma 29ª rodada, os tricolores estavam na lanterna da competição, com 24 pontos - aproveitamento de 27,6%. Atualmente, os corais estão na vice-lanterna, com 23 pontos - aproveitamento de 26,4%.
O rebaixamento tricolor na Série A de 2006 foi confirmado na 35ª rodada, após derrota, em casa, para o São Caetano, por 3x0. Mas os erros cometidos pelo clube foram iniciados bem antes. Para o ano, o então presidente Romerito Jatobá pediu um adiantamento de metade da cota de televisionamento, que na época era de R$ 3 milhões.

 O valor foi utilizado para o pagamento de folhas salariais, além de bichos por vitórias na campanha do acesso em 2005. Tal atitude prejudicou a saúde financeira, também afetada pelo bloqueio de verbas de patrocínios, usadas para pagamentos de causas trabalhistas.
Em 2016, os tricolores tiveram um primeiro semestre dos sonhos, com os títulos do Regional e do Estadual. No planejamento, a expectativa era de maior receita para a Série A, com patrocínios e até mais presença de público. Além disso, por conta do Profut, o clube teve de estar em dia com os impostos. O peso no orçamento, que contou apenas com a cota de TV, culminou nos atrasos de salários. Hoje, a agremiação deve quatro meses aos funcionários e três meses ao elenco - mesmo número de 2006.
A luz no fim do túnel tricolor está justamente no único fator vivido em 2006 que não será protagonizado em 2016. Há dez anos, a diretoria do clube, encabeçada por Romerito Jatobá, andava isolada. Alberto Lisboa (situação) acabou derrotado por Édson Nogueira (oposição), em eleições no final do ano. Politicamente esfacelado e afundado em dívidas, o clube parou na Série D. Na atual temporada, no entanto, o momento político é tranquilo, com o mandato de Alírio Moraes se encerrando no fim do próximo ano.

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