Esportes
Jogador pernambucano da Portuguesa é encontrado morto
Moradora de Carnaíba, mãe de jogador da Portuguesa, encontrado morto, relata drama ao saber da morte do filho pela TV
A vitória por 2x0 diante do Água Santa, pelo Campeonato Paulista sub-17, deveria ser apenas uma das várias que estariam por vir para o zagueiro Lucas Santos, de 16 anos, da Portuguesa. Animado com a classificação do time à próxima fase do torneio, o garoto fazia planos. Um deles era se tornar um atleta profissional. Mas o maior era outro.
Embora com certa aptidão musical e alguns trabalhos como modelo, era o futebol que propiciaria a Lucas realizar o desejo de todos os filhos: dar uma vida melhor a sua mãe.
Fazer com que ela o visse brilhando na televisão. Mas a primeira vez que o jogador apareceu na tela também foi a última. Uma comemoração em um churrasco com os colegas de equipe terminou de forma trágica. Lucas teve uma congestão e foi encontrado morto perto da piscina do Canindé. Fim precoce da carreira e da vida. Ele não pôde cumprir seu sonho. E ela não conseguiu ao menos se despedir do filho.
Embora com certa aptidão musical e alguns trabalhos como modelo, era o futebol que propiciaria a Lucas realizar o desejo de todos os filhos: dar uma vida melhor a sua mãe.
Fazer com que ela o visse brilhando na televisão. Mas a primeira vez que o jogador apareceu na tela também foi a última. Uma comemoração em um churrasco com os colegas de equipe terminou de forma trágica. Lucas teve uma congestão e foi encontrado morto perto da piscina do Canindé. Fim precoce da carreira e da vida. Ele não pôde cumprir seu sonho. E ela não conseguiu ao menos se despedir do filho.
Há cinco anos, Mércia Santos, mãe de Lucas, tomou uma decisão difícil. Deixou São Paulo, onde morava com o filho e o padrasto, e se mudou para Carnaíba, cidade do Interior de Pernambuco - a 357 km do Recife -, em busca de trabalho. Precisou deixar o garoto com o avô, levando seus outros dois filhos: Rafaela, de 13 anos, e Eduardo, 10.
“Vou trazer a senhora quando assinar meu primeiro contrato”, disse o jogador. Mércia nunca pensou, porém, que a tentativa de retorno teria um contexto tão nefasto.
“Vou trazer a senhora quando assinar meu primeiro contrato”, disse o jogador. Mércia nunca pensou, porém, que a tentativa de retorno teria um contexto tão nefasto.
Foi pela televisão que a mãe soube da morte do filho. “Vi a reportagem e mostraram a foto e o vídeo dele tocando guitarra. Quando eu vi, fiquei totalmente desesperada. A gente nunca espera perder um filho, espera que um filho enterre a gente”, disse, em entrevista à repórter Luiza Oliveira, do UOL. Seu desejo era ver Lucas mais uma vez. O último encontro havia sido cinco anos atrás.
“Ela teria que pegar um ônibus de Carnaíba até Recife e depois um avião para cá. Mas Mércia não tinha condições financeiras. O enterro, por exemplo, foi pago por um amigo da família que se ofereceu para ajudar”, contou à Folha de Pernambuco a tia de Lucas, Mágda Santos, que acompanhou o velório, realizado ontem, no cemitério São Pedro, em São Paulo. A mãe do garoto ainda tentou juntar dinheiro com amigos, mas não conseguiu reunir o suficiente para a viagem. “Pedi para os conhecidos meus aqui, colegas e ninguém podia ajudar. Estou sofrendo demais, não tenho condições de ir ao enterro. Eu só queria me despedir do meu filho”, afirmou Mércia, que vive da renda do Bolsa Família.
A mãe de Lucas procurou a Prefeitura de Carnaíba para levantar uma quantia que a ajudasse na compra das passagens, mas não conseguiu êxito. Em conversa com a reportagem, o prefeito da cidade, José Mário, indicou que não se encontrou com Mércia e que só soube do caso pela TV.
Em nota, a assessoria de imprensa da Portuguesa frisou que “o clube está empenhado em colaborar com as autoridades policiais para a investigação e elucidação dos fatos e também prestará todo o apoio necessário aos seus familiares”. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) ainda indicará se Lucas ingeriu bebida alcoólica ou algum tipo de droga que possa ter influência na morte.