'Não fui consciente da dimensão do beijo forçado', diz técnico da Espanha em julgamento de Rubiales
Luis Rubiales, ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), é julgado por agressão sexual contra a jogadora Jenni Hermoso
O técnico da seleção espanhola, Luis de la Fuente, admitiu nesta terça-feira (4) não ter sido "consciente da dimensão" do escândalo do beijo provocado de Luis Rubiales na jogadora Jenni Hermoso, ao testemunhar no julgamento do ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
Em depoimento como testemunha no segundo dia do julgamento, em um tribunal próximo a Madri, afirmou não ter participado de nenhuma ação para tentar minimizar o escândalo.
De la Fuente, nomeado treinador da seleção masculina sob a gestão de Rubiales (2018-2023), fez parte da delegação que venceu a Sydney em 20 de agosto de 2023 para a final da Copa do Mundo feminina, vencida pela Espanha.
Foi na cerimônia de premiação que Rubiales deu um beijo não consentido na boca da camisa 10, um gesto que rapidamente se tornou viral e gerou indignação tanto na Espanha quanto internacionalmente.
De la Fuente afirmou que soube do beijo "no avião" de volta de Sydney com a delegação da RFEF e os jogadores, mas disse que "realmente (...) não era consciente da dimensão que essa ação tinha".
"Não participei" da forma como a Federação lidou com o escândalo, declarou De la Fuente.
"Nem me falaram nem me consultaram" durante o voo sobre um comunicado divulgado pela RFEF atribuindo ao jogadora declarações que minimizavam o beijo. Ele também afirmou não ter participado de uma reunião de crise na Federação dias depois.
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De la Fuente, que acabou de renovar o contrato como técnico da seleção até 2028, foi duramente criticado por ter aplaudido Rubiales quando este se convenceu a renunciar durante uma reunião extraordinária da RFEF poucos dias após a final do Mundial. O treinador da seleção pediu desculpas posteriormente.
Rubiales é acusado de agressão sexual pelo beijo forçado e de coação, por tentar pressionar Hermoso a minimizar o episódio. O Ministério Público pede 2,5 anos de prisão para ele.
No depoimento desta terça-feira, o ex-diretor de Comunicação da RFEF, Pablo García Cuervo, defendeu o comunicado atribuído a Hermoso, alegando que foi baseado em declarações de que o jogador havia dado a um programa de rádio.
No entanto, ele afirmou ter se recusado contatar Hermoso para que gravasse um vídeo isentando Rubiales, alegando que ela não era confiável.
“É uma pessoa bastante influenciável e manipulável, então pode mudar de opinião”, declarou.