Logo Folha de Pernambuco

crimes ambientais

Lago do Neymar: jogador recorre da multa de R$16 milhões por obra em mansão de Mangaratiba

MP do Rio é favorável a nova interdição do local; atleta foi multado quatro vezes por irregularidades na construção. Valor milionário poderia ser pago com apenas 22 dias de trabalho no Paris Saint-Germain

Lago artificial construído na mansão de Neymar em Mangaratiba, no Rio de JaneiroLago artificial construído na mansão de Neymar em Mangaratiba, no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução

O jogador Neymar recorreu às multas ambientais aplicadas pela construção de um lago artificial no Condomínio AeroRural, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio. O valor das infrações ultrapassa R$ 16 milhões. Segundo o município, o recuso do processo administrativo foi apresentado pelos advogados do atleta no dia 24 de julho e vem sendo analisado junto ao setor jurídico, que terá um prazo de 60 dias para dar um parecer. Na semana passada, o Ministério Público solicitou a manutenção da interdição das obras do lago artificial. A decisão partiu da 3ª Procuradoria junto à 6ª Câmara de Direito Público, que acatou o pedido. A notificação foi entregue a defesa do jogador no último dia 3 de julho.

Há 23 dias, a Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Mangaratiba recebeu uma denúncia anônima de crime ambiental na propriedade do Condomínio AeroRural. Tratava-se da construção de um lago artificial pertencente à família do jogador Neymar Junior. À época, os agentes constataram que no local havia a finalização da obra de um lago que seria utilizado como área de lazer da família e amigos do jogador. A fiscalização dos agentes detectou irregularidades na construção que resultaram em quatro infrações milionárias, totalizando R$ 16 milhões. A notificação das multas foi entregue ao Neymar no dia 3 de junho.

Ainda de acordo com o município, o parecer jurídico da Secretaria de Meio Ambiente com as multas foi encaminhado para o MP, Polícia Civil, Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, entre outros órgãos de controle ambiental.

De acordo com a denúncia, a construção do lago estava sem licença, com manejo de areia, pedras e até corrente de água que, segundo o município, seriam extraviadas do córrego do Rio Furado, riacho próximo da região. As irregularidades da área de mais de mil metros quadrados, que já estava recebendo a parte de decoração para ser inaugurado com festa, rendeu ao jogador quatro infrações que somadas totalizam R$ 16 milhões.

A obra também fazia parte de um reality show do grupo Genesis Experience que está em sua quarta edição. Chegou a ser interditada, mas foi reaberta após o juiz Richard Robert Fairclough, da vara única de Mangaratiba, atender a uma liminar apresentada pelo pai do jogador que pedia a liberação do lago artificial sob alegação de que a obra foi alvo de um ato de medida administrativa.

Procurada, a defesa do jogador não se manifestou sobre o caso.

Relembre cinco pontos que foram determinantes na aplicação das multas:
1- Movimentação de terra em área preservada

Agentes da Secretaria Meio Ambiente de Mangaratiba constaram que a obra fez movimentação de terra com deposição de material em área de preservação permanente. Segundo o laudo, na parte lateral do lago, foi observada a existência de um material depositado, sem nenhuma contenção, que poderia ser escoado pela água do Rio, causando poluição do ambiente e alteração nas margens do Rio Furado.

2- Podas de árvores
A visita técnica constatou que o avanço da obra eliminou parte da vegetação local, bem como a retirada de uma árvore. Segundo o laudo, o estado em que a árvore se encontrava não permitiu a identificação da espécie. A prefeitura também constatou que outras espécies de vegetação foram eliminadas do local.

3- Captação irregular de água
Nas margens do Rio Furado, os agentes observaram a instalação de uma mangueira em uma tubulação para captação da água do córrego. A prefeitura destacou no laudo que não houve apresentação de documento correspondente que autorize a captura da água ou qualquer projeto de utilização dela. Além disso, os técnicos também registraram que a piscina foi enchida com água do Rio, que fica recirculando. O que corrobora a afirmação dos agentes do uso irregular da água do córrego.

4 - Reforma sem licença ambiental
No ato da vistoria, os agentes constataram a execução de obras em vários pontos da propriedade que ficam dentro do perímetro da Área de Preservação Permanente (APP), como a construção de uma churrasqueira e a reforma do local de recreação e refeição. Além disso, foi encontrada também a movimentação de terras atrás dos banheiros da área de convivência da piscina. A obra foi para a instalação do esgoto sanitário da casa.

5- Atividade de terraplanagem
Em uma análise pericial, os agentes da prefeitura identificaram uma operação de escavação para retirada de material, carga do material escavado, transporte e espalhamento dele no terreno.

Veja também

CSA x Santa Cruz: Tricolor inicia jogos de pré-temporada para 2025
Início

CSA x Santa Cruz: Tricolor inicia jogos de pré-temporada para 2025

Comissão eleitoral do Sport rejeita pedido de impugnação à chapa de Yuri Romão
Futebol

Comissão eleitoral do Sport rejeita pedido de impugnação à chapa de Yuri Romão

Newsletter